Aula 1 - 05/02/2026 | A exposição Embalagem Tradicional do Japão e a relação natureza-homem
Realizada no MASP em 1984, a exposição constituiu uma das mostras itinerantes organizadas pela Fundação Japão que percorreu 60 cidades do mundo. A mostra origina-se da coleção do diretor de arte Hideyuki Oka (1905-1995), que reúne suas pesquisas sobre embalagens tradicionais nipônicas. O encontro evidencia a relevância da arte da embalagem no Japão, a compreensão ampliada de “arte” que permeia o cotidiano, o refinamento no tratamento dos detalhes e a relação intrínseca entre ser humano e natureza.
Aula 2 - 12/02/2026 | Ma e Basara na exposição Nipponjin Japonês – O Japão do ponto de vista de 23 artistas.
Realizada no MASP em 1995, a exposição apresentou obras de design de 23 artistas japoneses. No catálogo da mostra, Seigow Matsuoka desenvolve o ensaio intitulado Ma e Basara, abordando duas concepções estéticas fundamentais para a compreensão da arte e cultura japonesas. Buscar-se-á demonstrar que não apenas a estética do despojamento e do mínimo essencial constitui o cânone estético japonês – tradicionalmente identificado com tal cultura - mas também o excesso e a ostentação integram esse universo artístico.
Aula 3 - 19/02/2026 | História da arte nipo-brasileira a partir do acervo do MASP
Abordaremos nesse encontro, a trajetória da arte nipo-brasileira, desde os invisibilizados figurativistas - majoritariamente imigrantes do período pré-guerra –como Masao Okinaka, Haruo Ohara e Kenjiro Masuda. Examinaremos igualmente os artistas do pós-guerra, que aqui aportaram com formação artística consolidada no Japão, como Kazuo Wakabayashi, Sachiko Koshikoku, Tomoshige Kusuno, Yutaka Toyota, Akihiro Nakatani bem como os que aqui permaneceram temporariamente no Brasil, a exemplo de Akiko Fujita e Tadashi Kaminagai.
Aula 4 - 26/02/2026 | As exposições sobre caligrafia japonesa e os abstracionistas nipo-brasileiros
Analisaremos as exposições de caligrafia realizadas no MASP na década de 1970 e 1980, bem como a mostra mais recente de 2008, na compreensão de que ela constitui expressão artística equiparada à pintura na cultura japonesa. O surgimento do movimento Zen’ei-sho e do coletivo Bokujinkai estabelece a mediação entre a caligrafia e a pintura. Examinaremos as obras de Tomie Ohtake, Manabu Mabe e Tikashi Fukushima investigando as correlações entre a tradição da caligrafia japonesa e o abstracionismo nipo-brasileiro.
Michiko Okano é mestre e doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professora associada de História da Arte da Ásia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), professora colaboradora na pós-graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da Universidade de São Paulo (EFLCH-USP). Coordena o Grupo de Estudos Arte Ásia (GEAA). Autora e organizadora de livros, capítulo de livros e artigos sobre estética japonesa, Ma, diálogos Japão-Ocidente e artistas nipo-brasileiros. Dentre as publicações, destacam-se: Ma: entre-espaço da arte e comunicação no Japão, Ed. Annablume, 2011 e Helena e Riokai: Entre Brasil e Japão, Paris, Galeria 132, 2021. Exerceu a curadoria das exposições: Olhar InComum: Japão Revisitado realizada no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, (2016) e Transpacific Borderlands: The art of Japanese Diaspora in Lima, Los Angeles, Mexico City and São Paulo, mostra de artistas nipo-latinos, apresentada no American National Museum, Los Angeles (2017/2018). Integra o Projeto Temático “Geopolíticas Institucionais: arte em disputa nas mostras internacionais circulantes no Brasil (1948-1978)”, financiado pela Fapesp.