Público geral
5x R$ 70
AMIGO MASP
5x RS 59,5
*valores parcelados no cartão de crédito
Reuniremos nesse curso alguns conceitos fundamentais do pensamento de intelectuais e escritoras negras de temporalidades e lugares diversos e cuja escrita permeia formas estéticas heterogêneas, como o romance, o discurso, o ensaio, a dramaturgia, a poesia, o diário. Através de diálogos guiados entre duas autoras a cada aula, o curso percorrerá um universo amplo de pensamento e crítica que parte da autoria de mulheres negras em enunciações de ruptura e recusa. Começando com Maria Firmina dos Reis e Sojourner Truth, no século 19, percorreremos uma tradição radical que se instaura com o questionamento sobre os limites de definição dos sujeitos e suas inscrições no mundo, e segue, no século 21, com o questionamento sobre os limites do mundo, diante de novas ecologias simbólicas que refletem a necessidade urgente de outras formas de (co)existência com o tempo e os sentidos da vida comum. Além das autoras mencionadas, outras presenças serão celebradas no decorrer das aulas, como Lélia Gonzalez, Toni Morrison, Beatriz Nascimento, Sylvia Wynter e Glória Anzaldúa.
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IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
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O MASP, por meio do apoio da VR, oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino.
Aula 1 - 17.9.2024
Maria Firmina dos Reis & Sojourner Truth
A dicção pioneira de Maria Firmina dos Reis, com a publicação do romance Úrsula, em 1859, e o discurso paradigmático que Sojourner Truth proferiu em Ohio, em 1851 e que ficou conhecido pela pungente pergunta “E eu não sou uma mulher?”, serão aqui tomadas como pistas iniciais da crítica à noção de sujeito feita por mulheres negras no século 19.
Aula 2 - 24.9.2024
Grace Passô & Denise Carrascosa
Por meio da leitura de trechos da peça Mata teu pai, de Grace Passô, em diálogo com fragmentos textuais de Denise Carrascosa, pode-se pensar fluxos, trânsitos, linhas de fuga, pertencimentos e “mapas do não-retorno”, como disse Dionne Brand, enquanto formas configuradoras da experiência negra desde a modernidade. Nessa aula refletiremos sobre esses e outros horizontes afroatlânticos.
Aula 3 - 1.10.2024
Conceição Evaristo & Saidiya Hartman
Tanto a “escrevivência”, dispositivo de inscrição criado por Conceição Evaristo, quanto a “fabulação crítica”, metodologia pensada por Saidiya Hartman, são tecnologias criativas forjadas por mulheres negras que permitem a re-ori-ent-ação dos sentidos de experiências históricas coletivas para além do que delas ficou registrado nos arquivos ou na memória literária. Nessa aula conversaremos sobre tais instrumentos.
Aula 4 - 8.10.2024
Maria Dolores Rodriguez & Djaimilia de Almeida Pereira
A partir do diálogo entre textos da poeta e pesquisadora baiana Dolores Rodriguez e da romancista portuguesa de ascendência angolana Djaimilia de Almeida Pereira, aportaremos no contemporâneo discutindo quais emparedamentos se elevam hoje à voz negra e as suas estratégias de recusa. Nessa aula discutiremos armadilhas e superpoderes da interpretação na construção da relação entre o leitor e o texto.
Aula 5 - 15.10.2024
Carolina Maria de Jesus & Denise Ferreira da Silva
Na aula de encerramento, o diálogo será potencializado pelo encontro entre Carolina Maria de Jesus e Denise Ferreira da Silva. A conversa se dará a partir da noção de violência total e da leitura da arte como confronto, de Silva, junto à reflexão sobre a complexa experiência de (quase) morte-e-vida autoral de Carolina e sua presença na cena contemporânea.
Fernanda Miranda é doutora em letras pela USP com pesquisa dedicada às romancistas negras brasileiras. Sua tese recebeu o prêmio Capes de Teses e foi publicada com o título Silêncios prEscritos: estudo de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006). Compõe o conselho editorial responsável pela publicação da obra completa de Carolina Maria de Jesus. É professora adjunta de Teoria da Literatura na UFBA.