MASP

Histórias da arte: renascimento e anti-renascimento - 5ª edição

Horário
19h30 às 21h30
Duração do Módulo
14.3 a 27.6.2018
Quartas-feiras
19h30 às 21h30
Investimento

5 x R$ 256,00*
Amigo MASP
5 X R$ 230,40*

*O parcelamento em 5x só pode ser feito no cartão de crédito.

Coordenação
Luciano Migliaccio
Especialistas Convidados
Renata Maria de Almeida Martins, Simone Floridia

Os europeus chegaram à América no apogeu do chamado Renascimento. Naquela época, o redescobrimento da cultura greco-romana e a valorização do saber prático deram um novo e destacado papel ao conhecimento visual e aos artistas, ampliado pela difusão crescente das imagens impressas. O contato com terras, povos e temas antes desconhecidos provocou também interpretações excêntricas dos modelos em busca de uma linguagem adequada a conteúdos inéditos: o Anti-renascimento. O fantástico, o grotesco, o mágico frequentemente se misturou ao nascente método científico. O curso apresenta estes diversos aspectos da cultura do século 15 e 16 na arte, focando a formação e a crise do modelo clássico e o surgimento de modernas concepções da forma a partir dos desafios postos pela nova realidade global.

Planos de aulas

Aula 1 – 14.3
Arte e humanismo

Apresentação do curso. O significado da antiguidade romana na arte e na literatura da Itália do século 15. A retomada do naturalismo antigo. A relação entre a pintura e a palavra. Erasmo de Roterdã e a recepção crítica dos modelos italianos na Europa do Norte.

Aula 2 – 21.3
A perspectiva: arte e ciência

A relação entre conhecimento científico e experiência visual através da perspectiva e do desenho: de Brunelleschi a Piero della Francesca a Leonardo da Vinci. O studiolo de Federico da Montefeltro em Urbino e os usos da perspectiva na arte italiana do Renascimento.
Visita na coleção do MASP: A Virgem com o Menino de pé abraçando a Mãe (Madona Willys), 1480 - 1490, de Giovanni Bellini.

Aula 3 – 28.3
A linguagem da escultura do renascimento (Conferência com Simone Florídia)

Donatello: a estátua, o relevo, o busto; o sepulcro no Renascimento; Luca Della Robbia e a terracota esmaltada; Antonio Pollaiolo, Andrea del Verrocchio.

Aula 4 – 04.4
A nova condição social do artista 

Os autorretratos como documento das mudanças da posição do artista na sociedade e na hierarquia do saber.  As mulheres artistas no Renascimento.
Visita na coleção do MASP: Virgem com o Menino, são João Batista criança e um anjo, 1500 / 1510, de Piero Di Cosimo.

Aula 5 – 11.4
As artes irmãs: diálogos entre pintura e escultura

Leonardo, Michelangelo e a comparação entre as artes no Renascimento. 

Aula 6 – 18.4
Arquitetura e cidade (Conferência com professor convidado)

A representação da arquitetura e o surgimento dos tratados de arquitetura de Alberti a Rafael.  O artista, o arquiteto e o príncipe. O palácio e a vila no Renascimento Italiano.

Aula 7 – 25.4
O retrato

Jan Van Eyck e o surgimento do retrato moderno na pintura flamenga e italiana. Rafael, Ticiano, Francisco de Holanda e as funções políticas do retrato. O retrato feminino.

Aula 8 – 02.5
O Maneirismo Italiano (Conferência com Simone Florídia) 

Michelangelo.  O conceito de “maneira” e as biografias de Giorgio Vasari. O maneirismo italiano: Florença (Andrea Del Sarto, Pontormo, Rosso, Salviati); Parma (Correggio e Parmigianino), Veneza (Ticiano, Tintoretto, Veronese).

Aula 9 – 09.5 
A difusão do maneirismo na Europa (Luciano M.)

O Renascimento na Europa Setentrional (Durer, Grunewald, Holbein). Flamengos, espanhóis, portugueses na Itália. Italianos e franceses no Castelo de Fontainebleau. 

Aula 10 – 16.5
As grotescas, os emblemas, as divisas (Conferência com Simone Florídia)

A descoberta da grotesca. Rafael e a reinvenção da grotesca nos aposentos do papa Leão X.  Hieróglifos, emblemas e divisas: a arte da memória e o saber oculto.
Visita na coleção do MASP: O banho de Diana, 1559 - 1560, de François Clouet

Aula 11 – 23.5
O cômico, o fantástico e o popular de Bosch a Bruegel (Conferência com Simone Florídia)

A representação da loucura e do demoníaco na obra de Bosch.  A loucura no mundo nórdico: Sebastian Brant, Erasmo de Roterdã. Épico, cômico e grotesco: Folengo, Pulci, Rabelais. A representação do carnaval e do popular em Bruegel. 

Aula 12 – 30.5
 A representação do fantástico e do chamado exótico (Luciano M.)

O imaginário do Novo Mundo e as imagens fabulosas da tradição antiga e medieval; as primeiras imagens dos indígenas americanos; a representação do Brasil na arte e nas festas na Europa do século 16. A imagem dos outros.
Visita na Coleção do MASP: As tentações de santo Antão, circa 1500, Hieronimus Bosch. 

Aula 13 – 06.6
Astrologia e magia (Luciano M.)

A sobrevivência da astrologia grego-romana e dos deuses pagãos. Renascimento científico, Renascimento mágico. As pinturas do palacete de Schifanoia em Ferrara e a tradição astrológica.

Aula 14 – 13.6
O Renascimento fora da Europa (Luciano M.)

Aculturação e mestiçagem. O contexto latino-americano. Os portugueses na Ásia e na África. A arte cristã produzida no Japão. A recepção da arte ocidental na China do século 16 e 17. Artistas europeus na corte dos Moghul da Índia.  

Aula 15 – 20.6
O Encontro com as culturas ameríndias e as coleções de objetos naturalísticos e etnográficos (Conferência com Renata Maria de Almeida Martins)

Os objetos etnográficos nos gabinetes de maravilhas dos príncipes e dos eruditos do Renascimento: arte plumária e códigos pictográficos americanos. A utilização do exótico na decoração. 

Aula 16 – 27.6
A imagem científica e os monstros (Luciano M.)

A criação dos primeiros jardins botânicos; a ilustração zoológica e o maravilhoso; O “Studiolo” de Francisco I em Florença; o Gabinete de Maravilhas do Imperador Rodolfo II em Praga; Giuseppe Arcimboldo entre a ciência e a fantasia.

Coordenação

Luciano Migliaccio é curador adjunto de arte europeia do Museu de Arte São Paulo e professor doutor de História da Arte junto ao Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). É formado em História da Crítica de Arte pela Scuola Normale Superioredi Pisa, Itália. Foi bolsista da Fondazione di Studi di Storiadel'Arte "Roberto Longhi" em Florença, Itália. Recebeu seu doutorado em História da Arte Medieval e Moderna pela Università degli Studi di Pisa em 1990.

Conferencistas

Renata Maria de Almeida Martins é doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) - com estágio na Università Degli Studi di Napoli L`Orientale – onde defendeu a tese Tintas da terra, tintas do reino: arquitetura e arte das missões jesuíticas do Grão-Pará, 1653-1759. No primeiro pós-doutorado pela FAU-USP - com estágios na Scuola Normal Superioredi Pisa (SNS), na Pontificia Università Gregoriana (PUG) em Roma, e na Universidad Pablo de Olavide em Sevilha (UPO) - desenvolveu projeto sobre as bibliotecas coloniais, a circulação de livros de emblemas e a decoração dos espaços religiosos na América portuguesa. Em seu segundo pós-doutorado no IFCH-Unicamp realizou projeto sobre as formas de recepção das tradições artísticas ameríndias na arte brasileira durante o período colonial, com pesquisa realizada no Museu de Arqueologia e Etnologia, MAE-USP. Atualmente é responsável pelo Projeto Jovem Pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), desenvolvido na FAU- USP, e intitulado Barroco cifrado: pluralidade cultural na arte e na arquitetura nas Missões Jesuíticas no território do Estado de São Paulo(1549-1759).

Simone Floridia é formado em História da Arte pela Facoltà di Beni Culturali dell’Università Del Friuli (Udine, Itália). Doutor em História da Arte pela Università Cattolica di Milano. Possui experiência na área de gestão e restauro dos bens culturais. Ministra cursos de História da Arte Italiana junto ao Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro de São Paulo.