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O curso propõe um debate acerca da representação da nudez na arte e suas relações com os cânones artísticos, o erotismo, o exótico e a transgressão. Por meio de algumas obras do acervo o curso fará um percurso temático e não linear por representações da nudez na história da arte. Todas as aulas contarão com visita às exposições Acervo em Transformação e Tunga: O Corpo em Obras.
Aula 1 – 19.02
A centralidade do nu na história da arte
A representação do corpo nu na arte, ainda que sempre passível de erotização, não tem necessária ligação com a tematização da sexualidade. Ao contrário, na prática artística ocidental, o nu ocupa um lugar central, seja no processo de formação do artista, seja como o próprio tema da reflexão sobre a arte, o belo e seus princípios.
Obras comentadas: Tríptico "Cristo carregando a cruz, a Crucificação e o Sepultamento", de Jan Van Dornicke; "Lamentação sobre o Cristo morto (ou Pietá)", 1560/1565, de Jacopo Tintoretto; "A banhista e o cão griffon - Lise à beira do Sena", 1870, de Pierre-Auguste Renoir.
Aula 2 – 20.02
Deusas, Ninfas e outras divas: nudez e erotismo
Na arte tradicional a personificação de deidades e seres mitológicos foi sempre um modo aceitável de tratar o erotismo do nu. Na arte moderna e contemporânea, a prática da citação na representação do nu é duplamente elemento justificador e perturbador das convenções.
Obras comentadas: "Marte e Vênus com uma Roda de Cupidos", c.1605, de Carlo Sarraceni; "O banho de Diana", 1559/1560, de François Clouet; "O verão - Diana surpreendida por Acteão", 1856/1863, de Eugène Delacroix; "Banhistas no Sena - Academia", 1874/1876, de Edouard Manet; "A Meditação" e "A Eterna Primavera", de Auguste Rodin.
Aula 3 – 21.02
A nudez dos outros
Juntamente com as maravilhas da natureza, a nudez dos indígenas foi objeto de discussão de todos os exploradores do novo mundo, ora associada à noção de pureza, ora ao barbarismo e à ausência de moral e de fé. A prática da nudez em diferentes povos tornou-se objeto de reflexão e simbolização para o olhar ocidental.
Obras comentadas: "Índios atravessando um riacho", de Agostino Brunias; "Moema", 1866, de Victor Meirelles; "Interior com figuras femininas", 1936, de André Lhote.
Aula 4 – 22.02
O Nu e o Despido: nudez, transgressão e experimentação
Se a famosa distinção entre o Nu e o Despido feita por Kenneth Clark procurava estabilizar a visão do corpo nu e distinguir quando ele entrava para o campo da arte, artistas de várias épocas e gêneros exploraram e borraram essas fronteiras, usando o corpo nu como suporte e matéria para o questionamento dos cânones, para a experimentação e a transgressão.
Obras comentadas: "Toalete (Fernande)", 1906, de Pablo Picasso; "Figura com criança", de Agnaldo Manoel dos Santos; "Criança morta", 1944, de Cândido Portinari; "Nu feminino deitado", 1932, de Flavio de Carvalho.
Obras da exposição Tunga: O corpo em obras: "Vê-nus", 1976; "A cada doze dias uma carta", 2005; "Eixos Exógenos"; Sem título, da série "Morfológicas".
Fernanda Pitta é historiadora da arte, curadora da Pinacoteca de São Paulo e professora de história da arte moderna e contemporânea na Escola da Cidade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Doutora em Artes Visuais pela ECA-USP, suas pesquisas têm como foco a arte no Brasil no entre séculos 19-20 em contexto transnacional; atua também no campo da crítica de arte contemporânea. Foi curadora, com Valéria Piccoli, da série de mostras Coleções em Diálogo: Museu Mariano Procópio e Pinacoteca de São Paulo (2014) e Coleções em Diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo (2016) e com Elisa Soares de Coleções em Diálogo: Museu Nacional de Soares dos Reis e Pinacoteca de São Paulo (2017). Foi curadora da mostra No lugar mesmo: uma antologia de Ana Maria Tavares, em 2016.