Aula 1 – 3.9.2020
Afrofuturismo, um curto-circuito temporal
Na primeira aula será feita uma introdução sobre a compreensão do afrofuturismo, apresentando como passado, presente e futuro se encontram e entram em curto-circuito. Apesar do nome que destaca o futuro, ao analisar as criações afrofuturistas entende-se que passado, presente e futuro não são temporalidades cronológicas e lineares nas obras. A partir de cosmovisões africanas, afro-diaspóricas e não ocidentais, as categorias temporais nas obras afrofuturistas mostram-se circulares, espiraladas e, sobretudo, em choque.
Aula 2 – 10.9.2020
Distopia versus Utopia
A segunda aula será dedicada a entender quais imaginários o afrofuturismo mobiliza em suas narrativas. É possível imaginar um futuro negro sem opressão racial em sociedades marcadas pelo racismo estrutural? Ou seriam a colonização e escravidão dos povos africanos distopias históricas que ainda marcam o nosso presente? Afinal, o afrofuturismo é mais distópico ou utópico?
Aula 3 – 17.9.20202
Tecnologias Ancestrais
Nesta aula pretende-se deslocar o entendimento comum sobre tecnologias –comumente associada às invenções técnicas da modernidade e do capitalismo industrial. A aula questionará então como os conhecimentos ancestrais podem ser tecnologias fundamentais na discussão sobre obras e narrativas afrofuturistas.
Aula 4 – 24.9.2020
Fabulação e imaginação
A quarta aula tratará das estratégias de fabulação e imaginação que atravessam as narrativas e obras afrofuturistas. Essas estratégias estão sendo utilizadas desde os anos 1950 no cinema, sobretudo no documentário, para criar relações de encontros sociais e raciais nos filmes. Veremos na aula, então, como o ato de fabular e imaginar no afrofuturismo complica e reinventa essa relação de encontro social e racial ao afrocentrar a perspectiva de criação.
Aula 5 – 1.10.2020
Performance e reinvenção da negrura
A quinta e última aula abordará como a performance corporal negra marca as narrativas e obras afrofuturistas. Se as discussões de representação e representatividade perpassam grande parte dos debates sobre a arte negra nas últimas décadas, nessa aula será abordada como a ideia de uma performatividade de negrura inventada por criações afrofuturistas deslocam esse debate. Afinal, como o afrofuturismo cria performances (cosmológicas, intergalácticas, atemporais…) nunca antes vislumbradas para a negrura? É uma das questões que alunos irão tentar responder para finalizar o curso.
Kênia Freitas é professora, crítica e curadora de cinema, com pesquisa sobre afrofuturismo e o cinema negro. Doutora em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizou a curadoria das mostras Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica, A magia da mulher negra e Diretoras negras no cinema brasileiro. Atualmente integra a equipe curatorial do IX CachoeiraDoc. Escreve críticas para o site Multiplot! desde 2012 e integra o Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.