O curso oferece ferramentas para o entendimento dos processos de constituição de exposições da perspectiva da curadoria. Como resultado, o curso pretende demonstrar a diversidade de práticas curatoriais, seus perfis de formação e atuação profissional e os resultados expositivos em diferentes circuitos. Como dinâmica dos encontros, serão analisados diferentes documentos de registros de exposições - tais como fotografias, textos de paredes e de divulgação, plantas, catálogos, folders, entre outros - em justaposição às conceituações propostas pelos curadores. Privilegia-se, nas análises, os elementos do design expositivo em suas diferentes concepções. Ao longo dos encontros, a proposta é discutir e revisitar as possíveis definições do trabalho curatorial, compreendendo pesquisas e revisões críticas como parte intrínseca ao trabalho de organização e desenvolvimento de mostras, demonstrando assim a importância de levantamentos juntos aos acervos, arquivos, e no trabalho de campo, visitando artistas ou mostras, entre outras possibilidades. Assim, busca-se revisitar as relações entre pesquisa e desenvolvimento conceitual das mostras e sua materialidade. Para a finalidade serão estudadas as exposições 557,087 (Seattle, 1969); Do corpo à terra (Belo Horizonte, 1970); A Exposição Bulldozer (The Bulldozer Exhibition, Moscou, 1974); Bienais de Havana (1984); Chambres D’Amis (Ghent, 1986); 24ª Bienal de São Paulo (1998); Documenta XV (2022) e a série de exposições do ciclo Histórias do MASP (desde 2016), entre outros exemplos de práticas atuais. Os encontros buscarão debater as questões epistemológicas, éticas e ideológicas em resultados curatoriais e seus diálogos com outros agentes do circuito.
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
Encontro 1 – 30.1.2023
Introdução ao campo das práticas curatoriais: perfis de atuação curatorial a partir de relatos justapostos aos registros de exposições. A necessidade de discutir as categorias dos campos que envolvem curadorias e exposições. Os papéis que a curadoria desempenha ou pode desempenhar em contexto histórico e atual. Estudos de casos de experimentações curatoriais históricas: 557,087 (Seattle, 1969); Do corpo à terra (Belo Horizonte, 1970); A Exposição Bulldozer (The Bulldozer Exhibition, Moscou, 1974); Chambres D’Amis (Ghent, 1986), entre outras.
Encontro 2 – 31.1.2023
Práticas curatoriais em diferentes circuitos e em relações com os agentes que os constituem. A exposição como dispositivo: observando relações institucionais e o desenvolvimento de etapas de trabalho. As dimensões educacionais em contexto de mostras. Estudo de caso: 24ª Bienal de São Paulo (premissas, desenvolvimento e heranças da mostra), em 1998.
Encontro 3 – 1.2.2023
Exposições como resultado de pesquisas. Exposições como prática investigativa. Curadorias como práticas coletivas. Ativismo curatorial e o debate sobre descolonização de museus e exposições. Estudos de casos: Bienais de Havana; Documenta XV (2022) e a série de exposições do ciclo Histórias do MASP (desde 2016).
Encontro 4 – 2.2.2023
Planejamento e realização: pré-produção; execução; abertura e vida da mostra. História do Design Expositivo e seus elementos constituintes.
Encontro 5 – 3.2.2023
Observação de um glossário relacionado ao campo da curadoria e das histórias das exposições. Organização de referências e levantamentos de fontes em contato com acervos.
Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e Pesquisadora Colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP, 2020). É docente e pesquisadora na Pós-Graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Curadora de contra o estado das coisas – anos 70, na Galeria Jaqueline Martins (2014), de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, 2016) e especular, na Galeria Jaqueline Martins, em 2018. Participou, em 2015, do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das Exposições: Casos Exemplares, pela EDUC (2016). Autora de The body and the opus as a witness of times sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em Schor, Gabriele. The feminist avant-garde. Art of the 1970s. The SAMMLUNG VERBUND Collection. Vienna, 2017. Realizou, em 2019, a exposição Comigo ninguém pode, coletiva versando sobre a essencialização do feminino, na Galeria Jaqueline Martins. Curadora de Não um sonho na Galeria Simões de Assis (2021) e Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias, no Paço das Artes (2021-2022). Ministra o curso Histórias da Arte Moderna e Contemporânea no MASP (2021).