MASP

Histórias da arte - moderna e contemporânea

Horário
19h30-21h30
Duração do Módulo
ONLINE
18.8-8.12.20211
QUARTAS
(17 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 293,30
Amigo MASP
5x R$ 250,15
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Mirtes Marins de Oliveira
Especialistas Convidados
Alecsandra Matias de Oliveira
Caroline Saut Schroeder 
Denilson Baniwa
O curso tem por objeto a produção artística da segunda metade do século 19 até os dias atuais. Longe da exposição de uma história da arte linear e homogênea, propõe-se aqui abordar os artistas e suas obras à luz de determinado número de questões, de ordem formal, mas também filosófica e social, relevantes a seus contextos. Não se trata, com isso, de retirar à arte sua especificidade no interior da esfera cultural, mas, pelo contrário, de abrir sua história a outras perspectivas e narrativas possíveis. Almeja-se, idealmente, que cada uma das aulas possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz, não apenas de identificar a produção artística nos períodos abordados, mas também compreender sua motivação, seus mecanismos históricos e seus impasses diante de questões que seguem em aberto.

IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 
O curso é gravado e fica disponível durante 5 dias.
Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

Planos de aulas

Aula 1 – 18.8.2021
Moderno, modernismo e modernidade: introduções
Algumas questões sobre histórias e historiografias em arte. Século 19 em pauta: as revoluções industriais e o contexto imperialista. As possíveis definições de moderno, modernismo e modernidade. A importância das Exposições Universais como modelo expositivo e para disseminação de modos de vida. 

Aula 2 – 25.8.2021
A transformação do papel social do artista no mundo industrial
Circuito artístico: quem é e o que faz o artista no mundo capitalista industrial? Qual sua formação? A produção de Arts and Crafts e Art Nouveau. A invenção da fotografia e do cinema e a reinvenção da pintura: uma outra epistemologia. As práticas de representação e a recepção crítica. Análise de obras: examinando as características modernas do impressionismo e do pós-impressionismo em relação ao academismo e seus pressupostos.

Aula 3 – 1.9.2021
O interesse pelo "primitivo"
O interesse pelo “primitivo”, seu caráter anticapitalista e anti-urbano. A pintura alemã expressionista do final do século 19 e o fauvismo: entre máscaras africanas e naturezas mortas. Os museus etnográficos. A natureza do moderno e seu avesso colonial. 

Aula 4 – 8.9.2021 
Conferência com Alecsandra Mathias

A iconografia das mulheres e homens negros no século 19. 

Aula 5 – 15.9.2021
Estetização do mundo e politização da arte: vanguardas históricas 

O moderno e o novo. A educação do artista do século 20: Bauhaus e Vkhutemas, De Stijl. Algumas produções das vanguardas históricas. Duchamp e influências na produção artística contemporânea. As experiências expositivas das vanguardas.

Aula 6 – 22.9.2021
Vanguardas e experimentação artística e expositiva

Vanguardas latino-americanas e panorama crítico da produção modernista. A Semana de Arte de 22. Antropofagia a partir de Oswald de Andrade: estratégias para pensar relações coloniais.

Aula 7 – 29.9.2021
Estetização do mundo e politização da arte: o nazismo e as exposições de Arte Degenerada

Os pressupostos da arte nazista e o ataque ao modernismo nas exposições de “arte degenerada”. 

Aula 8 – 6.10.2021 
A fundação do MoMA-NY e os museus de arte moderna 

A fundação do Museum of Modern Art - Nova York e suas diretrizes. A influência político-cultural da instituição no Brasil. Museus modernos no Brasil: MASP, MAM-SP, MAM-RJ, MAC-USP.

Aula 9 – 13.10.2021
Produção artística e em design na Europa e Estados Unidos

Retomada da pintura após a Segunda Guerra Mundial. A importância da produção em design como propaganda cultural. Documenta de Kassel e as exposições de Good Design. O papel da Bienal de São Paulo. Consumo e arte pop: o impacto da guerra na sociedade europeia. Pintura e outras linguagens em diálogo com a indústria cultural. O efeito Duchamp: consumo, reprodução e crise da autoria na arte pop.

Aula 10 – 20.10.2021
Os anos 1960 e 1970: práticas processuais, documentais, de protesto e consumo

América latina em contexto ditatorial. Corpo, espaço, ideias e contexto como motor das práticas. Panorama de exposições paradigmáticas do período: museu como laboratório. O espólio das vanguardas históricas e a teoria da vanguarda. Situacionismo, fluxus. Desmaterialização do objeto. 

Aula 11 – 27.10.2021 
Conferência com Caroline Schroeder

Arte e censura no Brasil.

Aula 12 – 3.11.2021 
Cultura juvenil, arte e curadoria independente

A produção artística de e para jovens. Origens da curadoria contemporânea em circuito norte-americano, europeu e brasileiro. O papel das mulheres na curadoria do período.

Aula 13 – 10.11.2021
Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização

Arte e feminismo
Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização. A fotografia e o museu contemporâneo. Crítica ao modernismo: contra a originalidade e autenticidade. Arte contemporânea e Duchamp. Práticas pós-modernas: citação e apropriação. Arte e feminismo desde os anos 1970. Experiências expositivas e artísticas.

Aula 14 – 17.11.2021
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade

Globalização: em discussão, a identidade. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984) e Magiciens de la Terre (1989). As revisões historiográficas sobre as práticas artísticas. Museus em contexto global: experiências.  

Aula 15 – 24.11.2021
O que significa descolonizar os museus?

Panorama do debate pós-colonial e as experiências artísticas e curatoriais no sentido de descolonizar/decolonizar exposições.

Aula 16 – 1.12.2021
Conferência com Denilson Baniwa

Debate identitário na arte e em exposições. 

Aula 17 – 8.12.2021
Exposições paradigmáticas em contexto internacional

Exposições paradigmáticas em contexto internacional: bienais e bienalização. Museus modernos e museus contemporâneos. A crítica aos modelos modernos de exibição e as possibilidades contemporâneas. O debate descolonial/decolonial. 
 

Coordenação

Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em educação: história e filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da USP (2020). É docente e pesquisadora na pós-graduação em design da Universidade Anhembi Morumbi. Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação Marcelina (2008-2012). Curadora de Contra o estado das coisas – anos 70, na Galeria Jaqueline Martins (2014), de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, 2016) e Especular, na Galeria Jaqueline Martins, em 2018. Participou, em 2015, do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares, pela EDUC (2016). Autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s, 2017. Escreveu para revistas e plataformas Select, Arte Brasileiros!, Artsoul, entre outras. Realizou, em 2019, a exposição Comigo ninguém pode, coletiva versando sobre a essencialização do feminino, na Galeria Jaqueline Martins.

Conferencistas

Alecsandra Matias de Oliveira
Doutora em artes visuais (ECA-USP). Pós-doutorado em artes visuais (UNESP), professora do Celacc (ECA-USP). Pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes (ECA-USP). Membro da Associação Brasileira de Crítica de Arte (ABCA). Autora do livro Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011).

Caroline Saut Schroeder 
Professora e pesquisadora em artes visuais. Possui doutorado pelo Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e mestrado pela ECA/USP. Investigou o boicote internacional à X Bienal de São Paulo, a realização desta mostra sob os efeitos da contestação política, os conflitos e debates em torno da arte ao final da década de 1960. Nos últimos anos, vem realizando pesquisas que abarcam os seguintes temas: arte e política; arte e censura; arte, memória e arquivo. Paralelamente, desenvolve projetos de publicações e impressos de artistas.

Denilson Baniwa
Nasceu em Mariuá, Rio Negro, Amazonas. É artista visual e comunicador que tem desenvolvido seus processos artísticos a partir do Movimento Indígena Amazônico e do trânsito pelo universo não-indígena. Baniwa, em sua trajetória contemporânea, consolida-se como referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas em território nacional.