MASP

Poéticas e visualidades negras na América Latina e no Caribe

Horário
19H – 21H
Duração do Módulo
ONLINE
16 – 30.11.2023
TERÇAS E QUINTAS
(5 AULAS)
Investimento
PÚBLICO GERAL
5X R$ 48
AMIGO MASP
5X R$ 40,80
*VALORES PARCELADOS NO CARTÃO DE CRÉDITO
Coordenação
Nohora Arrieta Fernández

 
Especialistas Convidados
Fabiana Lopes

O objetivo do curso é explorar as poéticas visuais de artistas negros na América Latina. As populações africanas escravizadas nas Américas têm sido a espinha dorsal da produção cultural de vários estados-nação no continente. Entretanto, sua produção no campo das artes visuais tem sido continuamente apagada. A luta dos movimentos negros tornou-a mais visível e discutida nas últimas décadas. O curso começa com uma discussão sobre as formas tradicionais em que o passado colonial e a plantation foram representados nas artes no Brasil e no Caribe e como essa representação marcou o que é entendido como experiência negra. Em seguida, a partir de uma perspectiva comparativa, exploraremos as poéticas que artistas negros contemporâneos têm usado para discutir e provocar esses discursos tradicionais. Assim, discutiremos o contratropical da dominicana Joiri Minaya e o trabalho da cubana María Magdalena Campos-Pons; as interseções entre arte e comunidade na Colômbia; e as complexidades da cena artística afro-brasileira, uma das mais vibrantes da região. Por fim, comentaremos brevemente casos menos abordados, como os da Argentina e Venezuela. Sendo uma proposta panorâmica, o curso, mais que trazer conclusões ou respostas fechadas, tenta se abrir no final com uma ou duas perguntas: quais são as poéticas experimentadas por artistas afrodescendentes contemporâneos para propor práticas que ultrapassam as noções de representatividade e identidade? Como entender essas práticas como parte de uma tradição intelectual ininterrupta de pensamento radical negro nas Américas?

IMPORTANTE

As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

 

Planos de aulas

Aula 1 – 16.11.2023
Imaginários coloniais na história da arte

A partir de pinturas, cartões postais, aquarelas, pensaremos nos modos como o sistema colonial e o plantation produziram representações que legitimaram esses sistemas e criaram imaginários sobre o passado colonial e a experiência negra. Revisaremos as discussões colocadas por uma historiografia contemporânea e aquilo que pode ser chamado de pensamento caribenho contemporâneo sobre a plantation.
 
Aula 2 – 21.11.2023
O caribe contratropical

A partir do plantation, primeiro, e a indústria turística, depois, a imaginação colonial tem concebido o Caribe como um espaço tropical para conforto e consumo das metrópoles. Como o arquivo colonial caribenho é discutido e reelaborado na proposta contratropical da artista Dominicana Joiri Minaya e nas performances da cubana Maria Magdalena Campos Pons? Quais são os diálogos que se podem estabelecer entre as poéticas de artistas afrodescendentes do Caribe hispano, francês ou inglês? 
 
Aula 3 – 23.11.2023
Modos de fazer/modos de conhecer na arte colombiana contemporânea

Como ecoam os projetos coletivos da artista colombiana Astrid Liliana Angulo nas poéticas dos também colombianos Dayro Carrasquilla, Astrid González ou María Mendez? De que modo essas propostas de arte reelaboram as linguagens da arte contemporânea? Embora seja o segundo país com maior população afrodescendente na América do Sul, raras vezes a produção de artistas negros é discutida nas histórias da arte do país. Nessa aula perguntaremos pelas contribuições poéticas de artistas afrodescendentes a uma história possível da arte na Colômbia.
  
Aula 4 – 28.11.2023
A cena brasileira em perspectiva Latino-americana

 Conferência de Fabiana Lopes
Poéticas que interrogam desde os lugares mais variados, políticas de cotas afirmativas, presença de um número crescente de curadores negros, exposições de destaque ou discussões em torno a os acervos de museus fazem da cena brasileira um lugar para pensar nos futuros possíveis da produção da arte afrodescendente na América Latina. O que significa olhar essa cena desde o Caribe ou a Colômbia? O que ela oferece para pensar poéticas visuais em termos transnacionais?
  
Aula 5 – 30.11.2023
Produção afrodescendente na América Latina

Quando se fala da produção de artistas afrodescendentes na América Latina, parece que os horizontes de interpretação são limitados, como se falássemos apenas de um modo ou de uma estética. Contra esse imaginário, pretendemos fechar o curso com essas perguntas: de quais poéticas de artistas afrodescendentes na América Latina estamos falando? Como essas linguagens ultrapassam noções de representatividade e identidade? Quais são os horizontes? O que encontramos quando olhamos para a produção de lugares poucas vezes imaginados na geografia da diáspora africana nas Américas?

 

Coordenação

Nohora Arrieta Fernández nasceu na Colômbia. Escritora, pesquisadora e acadêmica. É doutora em Literatura Latino-americana e Estudos Culturais pela Georgetown University. Atualmente é Assistant professor na University of California, Los Angeles. Sua pesquisa é focada na literatura e arte contemporânea latino-americana e caribenha, nos estudos visuais e tradições intelectuais e culturais da diáspora africana nas Américas. Publicou ensaios e críticas de arte na Contemporyand, Artishock, Terremoto e outras mídias digitais, bem como artigos em revistas acadêmicas.
 

Conferencistas

Fabiana Lopes é curadora independente. Vive em Nova York e em São Paulo e é doutoranda em Estudos da Performance na Universidade de Nova York, onde é Corrigan Doctoral Fellow. Lopes se concentra na produção artística da América Latina e pesquisa a produção de artistas de ascendência africana no Brasil.