O curso tem como objetivo apresentar como se dão os processos de ressignificação e desconstrução dos estereótipos raciais por meio das experiências estéticas. Para tanto, analisa como o mito negro se forma sob a ideia de uma lei da raça, mostrando que ao longo da história, através da memória do corpo e dos diferentes usos da linguagem, as práticas artísticas se encontram nas encruzilhadas da resistência. Relacionando tempo histórico e tempo semiótico, o curso, de abordagem multidisciplinar, contribui para os processos de criação e de resistência no contemporâneo, tomando os procedimentos de produção de sentido e significação como prática de cura.
Aula 1 – 07.6
Afrografias da Memória
Apresentação do curso. Quais os enfrentamentos entre memória e realidade política e social? De caráter imersivo, esta aula será dedicada a mobilizar e cartografar os espaços do corpo e da memória individual e coletiva, a partir da reflexão proposta pela pesquisadora Leda Maria Martins, no livro Afrografias da Memória.
Aula 2 – 14.6
Fazer-se negro
Como o mito negro é forjado ao longo do tempo? A aula tem como objetivo analisar as relações entre trauma colonial e memória apresentando como se formam os estereótipos raciais nos discursos e experiências estéticas sob a ideia de uma lei da raça.
Aula 3 – 21.6
Tempo Negro
Como se dão os processos de ressignificação e desconstrução dos estereótipos por meio do sensível? Abordando os imbricamentos entre práticas artísticas e de resistência, nesta aula refletiremos sobre o conceito de Tempo Negro e as relações entre ética, estética e estesia decolonial.
Aula 4 – 28.6
O futuro está sempre aqui no passado
No último encontro, pensaremos ficção visionária, surrealismo e intertextualidade nos processos de criação. Com uma visão expandida sobre a ancestralidade, abordaremos a dimensão artística e utilitária das linguagens, a instalação de temas e figuras, suas encruzilhadas e as relações entre memória, ficção e arquivo.
Diane Lima é curadora independente, pesquisadora e diretora criativa. Mestra em comunicação e semiótica na PUC-SP, seu trabalho concentra-se em experimentar práticas artísticas e curatoriais multidisciplinares, desenvolvendo dispositivos de aprendizado coletivo com foco em processos de criação e produção de conhecimento. Em 2015 criou o AfroTranscendence, programa de imersão em processos criativos para promover a cultura afro-brasileira contemporânea. Entre os projetos mais recentes estão a curadoria da exposição Diálogos Ausentes montadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, programa do Itaú Cultural que discutia a presença dxs negrxs nas mais diferentes áreas de expressão. Escreve sobre arte e cultura na Revista Bravo!.