Catherine Opie (Sandusky, Ohio, 1961) é uma das principais artistas da fotografia contemporânea internacional, e esta é sua primeira exposição individual no Brasil. Desde o final da década de 1980, Opie vem trabalhando com fotografia colorida e em preto e branco, e o retrato é um de seus gêneros prevalentes — embora também tenha trabalhado com fotografia de arquitetura e de paisagem, entre outras. De fato, desde a faculdade, ela vem realizando retratos da comunidade queer, da qual faz parte. Assim, num ano dedicado às narrativas, personagens e temas LGBTQIA+ no MASP, esta mostra propõe reunir retratos dessa coletividade feitos por Opie ao longo das décadas.
Determinado a continuar apresentando no Brasil o que há de mais representativo na arte da gravura e do desenho no mundo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o MASP abre ao público nesta sexta-feira, 19, uma mostra com 61 obras-primas da gravura renascentista alemã. Extraída da magnífica coleção de 100 mil obras doadas pela família do barão Edmond de Rothschild ao Museu do Louvre em 1935, LUZES DO NORTE é resultado da demanda do curador Teixeira Coelho ao curador Pascal Torres, responsável por Gravuras e Desenhos no museu francês, de uma seleção que trouxesse ao Brasil as preciosidades do Renascimento alemão, uma das mais relevantes produções da arte europeia, nem sempre reverenciada em grandes mostras.
Do acervo do MASP foram integrados à exposição os óleos O Poeta Henry Howard, Conde de Surrey (1542), de Hans Holbein, o Jovem e Retrato de Jovem Aristocrata (1539), de Lucas Cranach, o Antigo, obras-primas relevantes para o contexto. A mostra fica até 27 de janeiro no 2º andar do MASP, ao lado das exposições do acervo do museu.
Doada ao Louvre em 1935, A coleção do barão de Rothschild possui, ao todo, mais de 100.000 obras. Para o Diretor Presidente do Louvre, Henri Loyrette, “essa célebre coleção reúne peças únicas, sem as quais nosso conhecimento da gravura alemã continuaria incompleto”. Colecionador de obras de arte que, à frente de seu tempo, compreendeu o Zeitgeist do Renascimento, o barão “reuniu as mais belas peças da gravura alemã dos séculos XV e XVI que a curiosidade intelectual, o estudo erudito e, algumas vezes, a sorte ofereceram para seu excepcional gosto pelo Belo”, completa Loyrette.
Movimento artístico e intelectual nos séculos XV e XVI, o Renascimento lançou bases ao desenvolvimento do comércio, crescimento de cidades, rompimento com a mentalidade de misticismo e com forte inclinação ao Humanismo. Suas características principais eram, sobretudo, a exaltação do individualismo e da personalidade humana e o apreço à arte comercializável, possível graças à invenção da prensa por Gutenberg. A Itália é considerada seu berço do, pois, além do patrocínio dos mecenas, era um país de forte crescimento econômico e efervescência cultural. Para lá migraram monges e estudiosos bizantinos e concentravam-se a maioria dos monumentos romanos e latinos, faculdades e pontos de encontros de rotas comerciais.
Foi este o cenário encontrado por Albrecht Dürer, artista alemão responsável por levar o Renascimento para o Norte da Europa. Na Itália que ele iniciou seus estudos de proporção e perspectiva e passou a se entender como artista. Teixeira Coelho, curador do MASP, aponta que Dürer “foi o maior nome da gravura em todos os tempos até a chegada de Rembrandt, e foi a gravura que firmou seu nome internacional ainda em sua própria época. [...]Dürer, porém, não se limitou a levar a Renascença para o Norte (da Europa): de igual modo, trouxe o germanismo para o Sul, sobretudo com sua contribuição em favor da melhor reputação da gravura. Seu grande aporte, por arbitrário que seja destacar um dentre vários, foi a originalidade da invenção, algo que se poderá verificar nesta exposição, de modo central embora não exclusivo, nas peças Santo Eustáquio, A trindade e o popular Rinoceronte, três de suas muitas obras-primas”.