Maria Teresa faz sua primeira temporada brasileira de 13 a 22 de setembro. Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte fazem parte do seu roteiro. A produção é da Textos & Ideias. Vem acompanhada de cinco excelentes músicos: os brasileiros Toninho do Carmo (violão, direção musical e arranjos da temporada brasileira, integrante do grupo de Moustaki), Acelino Mathias de Paula Filho (contrabaixo) e Luiz Augusto Cavani (bateria, que acompanhou Moustaki durante anos) e os franceses Rodrigue Fernandes (acordeão) e Patrick Etonde Bebey (piano). Trata-se do mesmo quinteto de suas turnês pela Europa, onde registra sucesso nas principais praças.
Integra a turnê Osvaldo “Xyko” Franco, como assistente de direção, com vasta experiência em teatro e música na Europa. Brasileiro, morando há décadas em Genebra, ele partiu exilado no período da ditadura no Brasil e, lá, ajudou muitos conterrâneos a superar as dificuldades da vida em outro país, distante dos amigos e da família.
Além de sucessos internacionais, incluindo músicas da Bossa Nova, o espetáculo traz canções que Georges Moustaki adaptou em francês, extraídas dos repertórios de seus amigos e parceiros brasileiros. Entram na lista “Les eaux de mars” (“Águas de março”, de Antônio Carlos Jobim, adaptada para o Francês por Moustaki), “Joseph” – cuja versão, em Português, feita por Nara Leão, foi gravada por Rita Lee –, “Pour un ami” e “Sans la nommer”, as três últimas também dele. Moustaki aparece ainda na interpretação de Teresa de faixas de seu disco “Pour un ami”, dedicado a ele.
Para Pelai Ribas, documentarista e responsável pelos arquivos do cantor e compositor, falecido em 2013, Moustaki retomaria, hoje, as palavras que escreveu para um dos álbuns de Maria Teresa. Disse: “no palco, estão reunidos a sensibilidade e a musicalidade da voz, o talento dos instrumentistas, a limpidez e o equilíbrio dos arranjos, a diversidade harmoniosa das composições a nos conduzir em direção a um mundo lusófono repleto de belas emoções”.
Moustaki convidou-a muitas vezes para dividir o palco com ele (inclusive o do Olympia) e a interpretar em duo várias canções entre as quais “Le facteur”, “Portugal” e “L’inconsolable”. Maria Teresa trabalha também como atriz e um de seus importantes e contundentes trabalhos na Europa, especialmente na França, é levar adiante o conceito e peças do Teatro do Oprimido, do brasileiro Augusto Boal.
Perfil resumido – Maria Teresa, nasceu em Livry-Gargan (periferia de Paris) é filha de pais portugueses que emigraram para a França no final dos anos 60. Ela começou a cantar na infância, estimulada por uma professora e pela mãe, com seus acalantos, e nunca mais parou. Revela influências das músicas da dupla cultura, da musicalidade brasileira, das harmonias jazzísticas americanas e da variedade da "british-pop", entre outras.
Ao fomar-se em Línguas Estrangeiras Aplicadas, decidiu investiu na música. O Café Brasília, de Paris, abriu-lhe as portas. Na sequência, foi cantar no cabaré "Aux Trois Mailletz", o mais antigo da cidade. Foi lá que conheceu o guitarrista Toninho do Carmo, produtor do seu primeiro álbum, "Porto das Palavras". Nesse trabalho, contou com a participação especial do trombonista Raul de Souza.
Nazaré Pereira, Arrigo Barnabé e Georges Moustaki foram outros artistas com quem também se apresentou foram. Sua discografia foi crescendo e os convites para concertos acompanharam o movimento. Maria Teresa sempre tem se apresentado com salas lotadas. Mostra uma interpretação envolvente e repertório sutil. Ella Fitzgerald, Rosa Passos, Vinicius de Morais, Tom Jobim são nomes de sua admiração e influência. Sua agenda regular incluiu apresentações em Portugal (Porto), Espanha (Barcelona) e França (Toulon, Amiens, Paris).
Além de cantora personalíssima, Maria Teresa é também uma atriz talentosa. Faz trupe do "Théâtre de l'Opprimé" (Teatro do Oprimido, fundado por Augusto Boal e dirigido por Rui Frati). Seus mais recentes trabalhos foram: "La Traversée" (Beco das Garrafas), "Dans l'ombre" (Na sombra), "Hommage à Vinicius de Morais" (Homenagem a Vinícius de Morais), "Swinging London", "Dom Quixote", "Fantaisie pour un homme seul" (Fantasia para um homem sozinho). Seguindo o conceito da participação do coringa criado por Boal, faz atuações na periferia parisiense.
Serviço
MASP Auditório: Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista - SP
Quando: 21 e 22 de setembro, às 21h
Ingressos: R$ 80,00 (interira) R$ 40,00 (meia)
Duração: 90 min