Kang Seung Lee (Seul, Coreia do Sul, 1978) é um artista multidisciplinar que vive em Los Angeles, Estados Unidos. Seu trabalho destaca histórias e experiências de artistas importantes da história queer de diferentes regiões. Ao explorar e reinterpretar imagens, textos, artefatos e objetos de arquivos públicos e privados, coleções de arte e bibliotecas, Lee enfoca o legado das pessoas LGBTQIA+, ressaltando contranarrativas frequentemente negligenciadas. Usando mídias como desenhos, bordados, tapeçaria, cerâmica e vídeos, Lee reimagina eventos históricos. O artista também homenageia e promove encontros imaginários que vão além do espaço e do tempo entre figuras como os fotógrafos Peter Hujar (1934-1987), dos Estados Unidos e Tseng Kwong Chi (1950–1990), nascido em Hong Kong – conhecidos por imagens icônicas em preto e branco –, ou do pintor chinês-americano Martin Wong (1946-1999) e do cineasta inglês Derek Jarman (1942-1994), além do artista brasileiro Leonilson (1957-1993) e do bailarino e coreógrafo Goh Choo San (1948-1987), de Singapura.
O vídeo e o trabalho aqui exibidos referenciam-se na obra Lásaro (1993), de Leonilson, conhecido por abordar temas de amor, vulnerabilidade e temor da morte. A obra, composta por duas camisas de algodão unidas pela cintura, fez parte de uma instalação criada para a Capela do Morumbi, em São Paulo, e foi concluída após a morte do artista. Essa peça, que pode ser vista na mostra Leonilson: agora e as oportunidades no primeiro andar do MASP, é usada pelos dançarinos do vídeo de Lee em um dueto de movimentos mínimos e intencionais, evocando intimidade, sensações e estados de sofrimento e pertencimento.
A coreografia foi recriada em colaboração com Daeun Jung e presta homenagem a Goh Choo San, um coreógrafo pioneiro em mesclar o balé clássico com movimentos contemporâneos de qualidade introspectiva e que trabalhou em companhias proeminentes. Inspirada no balé original de Choo San, intitulado Unknown Territory [Território desconhecido] (1986), a dança se combina com outros elementos indiciários, como os símbolos que fazem parte da língua de sinais estadunidense, o que coloca em perspectiva a tradução e em xeque a nossa percepção de entendimento. O uso do sambe, um tecido de cânhamo tradicionalmente usado na Coreia para a confecção de vestes funerárias, adiciona novas camadas de significados e histórias ao arquivo de homenagem às vidas e memórias perdidas na epidemia de Aids.
SALA DE VÍDEO: KANG SEUNG LEE
Curadoria Amanda Carneiro, curadora, MASP
Em 2024, todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas; textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil, com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados. Os conteúdos ficam disponíveis no site e canal do Youtube do museu.
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Caderno com textos e legendas em pdf acessível
Os cadernos acessíveis são compostos por todos os textos e legendas das exposições, em fonte ampliada, além de instruções com relação às salas de exposição, disposição das obras nas paredes, possíveis fluxos e circulação pelos ambientes e breve descrição do espaço. Através do pdf acessível, o visitante pode habilitar o leitor de tela e ouvir todo o conteúdo textual das mostras e suas orientações espaciais.