MASP

Arte contemporânea africana: histórias, contextos e exposições

Horário
16H-18H
Duração do Módulo
ONLINE
24 e 31.7 e 7, 14 e 21.8.2020
SEXTAS
(5 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 48,00
Amigo MASP
5x R$ 40,80
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Sabrina Moura 

O campo da arte contemporânea africana tem sido objeto de grande interesse nos últimos anos. De festivais internacionais, feiras de arte à bienais, observa-se uma profusão de iniciativas dedicadas a essa produção que, inevitavelmente, suscita grandes debates para além do universo das artes visuais. Entre eles, estão as discussões sobre a repatriação de peças pilhadas durante as expedições coloniais, o lugar do continente africano na história moderna, as políticas identitárias, a questão racial e os diálogos com as diásporas históricas e contemporâneas. 

Ao longo das cinco aulas que compõem o curso, esse contexto será tomado como ponto de partida para analisar obras, contextos expositivos e conceitos relativos à produção artística africana, a partir dos anos 1960. Aqui, parte-se do princípio de que o universo da arte africana oferece aportes chave para se pensar não só sobre a África, mas também sobre a arte realizada em outros contextos produtivos como a Oceania e as Américas, além da própria Europa, colocando em questão seu quadro de valores pretensamente universais. 

Planos de aulas

Aula 1 – 24.7.2020
Pensar o contemporâneo na produção africana  

O curso abre com uma introdução sobre obras e conceitos relativos à produção artística no continente africano, a partir dos anos 1960. Esse encontro servirá como ponto de partida para entendimento de conceitos como a própria noção de “arte contemporânea", e suas formas de exibição dentro e fora do continente. 

Aula 2 – 31.7.2020
Independências e modernismos: o caso do Senegal

Na segunda aula, alunos irão examinar como as políticas culturais implantadas no contexto das independências e descolonização de diversos países africanos estiveram em diálogo com o campo das artes visuais. No Senegal, os vinte anos nos quais o poeta Léopold Sendar Senghor (1960-80) esteve no poder levaram à criação de uma série de plataformas artísticas e permitiram a consolidação (mas também, a contestação) do projeto de modernidade que emergia naquele momento. 

Aula 3 – 7.8.2020
Artistas africanas(os): internacionalização e dinâmicas migratórias

A terceira aula do curso será dedicada à produção artística realizada a partir dos anos 1980/90. Aqui, atenção ao posicionamento de diversas(os) artistas face às dinâmicas migratórias (dentro e fora da África), bem como suas circulações face a uma crescente internacionalização do campo. 

Aula 4 – 14.8.2020
Mostras de arte africana e os aportes da diáspora

De Africa Explores (1991), passando por Authentic/Ex-centric (2001), Africa Remix (2003), A Fiction of Authenticity (2003), entre outras, serão elencadas uma série de exposições de arte africana que, a partir dos anos 1990, contribuíram para a revisão das expografias marcadas por um olhar etnográfico. Nesse contexto, há também espaço para discutir os aportes curatoriais da diáspora africana para a emergência de novos discursos e enquadramentos acerca dessa produção.

Aula 5 – 21.8.2020
A bienal de Dacar: “arte global” a partir da África

Iniciada nos anos 1990, a bienal de Dacar (também conhecida como Dak’art) é hoje a mais importante plataforma expositiva de arte contemporânea africana. Na última aula do curso, diálogo não só a sua história e sua relevância no continente, mas também como ela ajuda a repensar alguns marcadores temporais e geográficos na história da arte, como a ideia de uma produção africana ou, mesmo, latino-americana marcada pela noção de “autenticidade”.

Coordenação

Sabrina Moura é curadora e pesquisadora. Doutoranda no departamento de História da Unicamp, realiza pesquisa sobre a noção de diáspora africana na Bienal de Dacar (Senegal). Possui mestrado em Estética e História da Arte pela Universidade Paris VIII e mestrado em direção de projetos culturais pela Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle. Concebeu programas públicos em instituições como Videobrasil, SESC-SP, Goethe Institut, World Biennial Forum, entre outras. Organizou o livro Panoramas do Sul: Perspectivas para outras geografias do pensamento (Edições SESC-SP, Videobrasil). Foi pesquisadora visitante no Instituto de Estudos Africanos da Universidade de Columbia, com bolsa do Programa Connecting Art Histories da Getty Foundation/Unicamp (2016).

Conferencistas