MASP

Arte popular: articulações do fazer e do expor

Horário
19h-21h
Duração do Módulo
ONLINE
9, 16, 23 e 30.9.2021
QUINTAS
(4 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 48
Amigo MASP
5x R$ 40,80
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Fernanda Pitta e Yuri Quevedo
Desde o período moderno, a arte chamada “popular”, na falta de melhor nome, ocupou um lugar central nas discussões da arte no Brasil. Produzida por indivíduos ou coletivos, colecionada por apreciadores e instituições, mostrada em diversas exposições, sua circulação nacional e internacional é prova da importância que tem para o entendimento das formas de criação vistas como caracteristicamente brasileiras. Ainda assim, muito dessa produção é reduzida ao âmbito do artesanato ou não tem a mesma valorização que recebem as formas de criação chamadas eruditas – distante da edulcoração que certas abordagens folclorizantes procuraram imputá-la, ela é, muitas vezes, nas palavras de Lina Bo Bardi: “uma contribuição indigesta, seca, dura de engolir”.

Como se criam as delimitações que caracterizam essa categoria artística? A que formas de produção, a que circuitos de debate e visibilidade correspondem? O curso pretende abordar uma certa história da arte popular, analisando alguns de seus contextos que permitem debater conceitos, modos de produção, circulação e valoração, além de abordar alguns nomes que constituem esse processo, como José Antonio da Silva, Heitor dos Prazeres, Conceição dos Bugres e Véio, compreendendo como esses artistas se relacionaram com a noção de popular, problematizando-a, enquanto agenciaram sua produção e trajetória.


IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 
O curso é gravado e fica disponível durante 5 dias.
Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

Planos de aulas

Aula 1 – 9.9.2021 
O popular, um objeto moderno?

A aula visa discutir como a arte popular torna-se central para um pensamento sobre a arte moderna no Brasil, fazendo parte do movimento de institucionalização do moderno em museus, exposições e publicações nos anos 1940 e 1950.

Aula 2 – 16.9.2021  
Artistas populares, algumas trajetórias de autogenciamento. José Antonio da Silva, Heitor dos Prazeres, Conceição dos Bugres e Véio

Nesta aula, o exame de algumas trajetórias de artistas populares tem como objetivo refletir sobre os modos de inserção da produção dos artistas nos discursos e práticas do campo da arte brasileira, debatendo as formas de autoagenciamento de suas produções, com a criação de museus, espaços de sociabilidade, além de redes de apoio e de produção.

Aula 3 – 23.9.2021  
Popular? Questão contemporânea

Como entender a produção popular é tema central de alguns textos da década de 1980. Profissionais de diversas áreas – dentre eles Lina Bo Bardi, Marilena Chauí e Nestor Canclini – vão se dedicar a considerar a origem do termo e suas articulações com as noções de moderno e erudito. A qualificação diversa dessas relações é o tema desta aula, que tem o objetivo de perceber nuances e semelhanças.

Aula 4 – 30.9.2021 
Expor o popular

Revendo algumas exposições entre 1950 e 1970, como a do Museu de Arte Popular do Recife (1955) e Repassos (MASP, 1976), esta aula pretende discutir o agenciamento de diferentes noções de arte popular no espaço. O que implica, nesses exemplos, expor arte popular e que estatuto ela tem em cada um deles? Como esses trabalhos se articulam com um vocabulário de suportes modernos? Quais impactos e influências sofrem o espaço e o mobiliário de exposições modernas ao buscar maneiras de expor e criar narrativas para essas obras?
 

Coordenação

Fernanda Pitta é curadora sênior na Pinacoteca do Estado de São Paulo e professora de história da arte na pós-graduação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). É doutora em história da arte pela USP. Foi Bolsista FAPESP (1996-1999 e 2009-2013), do International Engagement Program da AAMC e AAMC Foundation (2016-2018), fellow no Clark Art Institute (Verão 2017) e pesquisadora visitante na Fakultet for kunst, musikk og design, Bergen, Noruega (2019). Organizou, com Marisa Baldassare, o encontro Art history across the Americas, no The Clark Art Institute (2019). Editou, entre outros, Trabalho de artista: imagem e autoimagem (1829-1929), e Somos muit+s: experimentos sobre coletividade. Atualmente, além de colaborar com Naine Terena na itinerância na exposição Véxôa: nós sabemos, faz a curadoria de Alvim Correa: ninguém teria acreditado, e de John Graz: idílio tropical e moderno, a ser inaugurada na Estação Pinacoteca. Faz parte da equipe organizadora do seminário 1922: modernismos em debate.

Yuri Quevedo é mestre em história da arte pela FAU USP e professor na Escola da Cidade, onde integra o Grupo de Estudos do Popular na Arte e na Arquitetura. Foi curador assistente na reformulação da exposição de longa-duração da Pinacoteca de São Paulo. Integrou a equipe de pesquisa e curadoria da X Bienal de Arquitetura de São Paulo. Atualmente, participa de dois projetos de pesquisa: sobre a coleção de azulejaria do Sesc São Paulo e sobre o Grupo Ruptura.

Conferencistas