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Carlos Eduardo Riccioppo
Antes de buscar um panorama histórico e consequente, o curso tenta fazer uma análise da forte presença de obras de artistas mulheres no Brasil do século 20, fenômeno inusitado para a arte moderna européia e norte-americana. Pretende-se, no entanto, mais do que testar qualquer explicação prévia, seja de ordem sociológica ou histórica: pretende-se observar a formação das trajetórias de algumas das mais conhecidas artistas brasileiras modernas e contemporâneas, para compreender as diferentes narrativas que se foram constituindo, bem como confrontá-las aos modos pelos quais suas obras aderiram, reagiram ou se distanciaram de tais narrativas. Por meio de questões-chave que, desde o século 19, tenderam a definir um “domínio feminino” imaginário e socialmente coordenado, as aulas contarão com análises particulares das trajetórias de Carmela Gross, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Djanira da Motta e Silva, Mira Schendel, Lygia Clark, Leda Catunda e Jac Leirner.
Aula 1 – 18.4.2019
O ressurgimento da selvageria de um imaginário moderno brasileiro há muito docilizado: A Negra, de Tarsila, revisitada por Carmela Gross.
Aula 2 – 25.4.2019
A virada intimista da obra de Tarsila no final da década de 1920: os pressupostos que levaram a obra da artista a abandonar as imagens deliberadamente dispostas à descrição da cidade moderna, para concentrar-se em paisagens imaginárias e oníricas.
Aula 3 – 9.5.2019
A marca da descontinuidade de um projeto moderno brasileiro nas obras de Anita Malfatti e Djanira da Motta e Silva.
Aula 4 – 16.5.2019
O caso do intimismo absoluto de Mira Schendel: uma trajetória escorada no solo vazio da linguagem.
Aula 5 – 23.5.2019
Algumas palavras acerca da dimensão terapêutica da trajetória de Lygia Clark: antiarte, arte e vida, e a questão da re-erotização do corpo.
Aula 6 – 30.5.2019
Imagens de idílio e intimidade em Leda Catunda: a contraparte de uma obra marcada pela atenção pop à cultura comercial.
Aula 7 – 6.6.2019
As muitas narrativas autobiográficas da constituição da obra de Jac Leirner.
Aula 8 – 13.6.2019
Domesticidade, intimidade e isolamento na arte moderna no país: artistas brasileiras entre o público e o privado.
Carlos Eduardo Riccioppo foi professor de história da arte no Departamento de Artes Plásticas da Universidade de São Paulo (USP) e é professor da Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac). Realizou as exposições Leonilson – desenhos (2008, Centro Universitário Maria Antonia) e Fim da primeira parte (2011, Galeria Vermelho), em São Paulo, e Gelo para festas (2017, Sesc Sorocaba, São Paulo). Compôs os grupos de crítica do Centro Cultural São Paulo (CCSP), do Centro Universitário Maria Antonia e do Paço das Artes. Autor dos livros Gerais (FUNARTE; Aurora Edições, 2016) e Bruno Dunley (APC, 2017).