O curso, a partir do âmbito do campo disciplinar das Histórias das Exposições e Curadorias, em suas premissas, abordagens e métodos, propõe uma análise, interpretação e contextualização de mostras cujas narrativas trouxeram a diversidade para o debate no campo artístico e expositivo. Nesse sentido, será apresentado um breve panorama que permita a compreensão das abordagens metodológicas para pesquisas nesse campo e, em sequência, uma verificação do ponto de vista do conceito curatorial, contexto, artistas, obras e repercussões de cada um dos eventos em conexão com a noção de diversidade, sempre evidenciando a documentação disponível para um estudo da perspectiva das Histórias das Exposições e Curadorias.
Serão apresentadas e discutidas as seguintes mostras: A Lesbian Show (112 Greene Street, 1978); Extended Sensibilities (The New Museum, 1982); O Desejo na Academia: 1847-1916 (Pinacoteca do Estado de São Paulo 1991-1992); Queer Spaces (Storefront for Art and Architecture, 1994); In a Different Light (University Art Museum, Berkeley, 1995); Linea de vida/Museo Travesti del Peru (2009), de Giuseppe Campuzano na 31ª Bienal de São Paulo (2014), entre outras iniciativas. Também serão evidenciadas as exposições que atualizam a temática da diversidade nos últimos anos.
IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
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O MASP, por meio do apoio da VR, oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino.
Aula 1 – 19.2.2024
Panorama do campo disciplinar das Histórias das Exposições e Curadorias, apresentando para o debate premissas, abordagens metodológicas, documentos, além de uma revisão da literatura sobre o assunto, incluindo publicações sobre design de exposições e organização de mostras. Breve introdução, do ponto de vista das Histórias das Exposições e Curadorias, da necessidade de desenvolvimento de uma crítica epistemológica a partir dos documentos utilizados.
Aula 2 - 21.2.2024
Debate sobre a noção de diversidade. Panorama de museus da diversidade. Será apresentada e analisada A Lesbian Show: Visual Arts, Performances, Readings & Discussions (1978)/112 Greene Street, NY. Considerada a primeira exposição de identidade lésbica nos Estados Unidos, organizada pela artista Harmony Hammond, que será apresentada a partir de seus documentos e discutida a partir de seu apagamento histórico. Também será verificada Extended Sensibilities: Homosexual presence in contemporary Art (1982)/The New Museum, apontada como uma das primeiras exposições em museus que apresenta pesquisa sobre obras da perspectiva da diversidade, com curadoria do curador Dan Cameron. A partir de apresentação de artistas, obras e contextos, a discussão gira em torno dos papéis institucionais estabelecidos na aproximação do debate sobre diversidade. Introdução ao debate sobre a noção histórica de sensibilidade no âmbito da diversidade.
Aula 3 - 26.2.2024
Retomada do debate sobre a noção histórica de sensibilidade no âmbito da diversidade. Será apresentada e analisada Queer Space (1994)/Storefront for Art and Architecture, organizada por Beatriz Colomina, Dennis Dollens, Cindi Patton, Eve Kosofsky Sedgwick, Henry Urbach, Mark Wigley, que apresenta, a partir de análise dos documentos disponibilizados pela galeria, a diversidade em relação aos debates sobre arquitetura, lugar e vida pública. Também será apresentada e analisada O Desejo na Academia: 1847-1916 (1991-1992)/Pinacoteca do Estado de São Paulo, com curadoria de Ivo Mesquita, que destacou as representações e olhares sobre o corpo humano e suas apropriações morais. Além disso, também apresentada e analisada In a Different Light (1995)/University Art Museum, Berkeley, curada por Nayland Blake e Lawrence Rinde, que buscou atualizar as experiências artísticas gays e lésbicas, enfocando visões de mundos e tratando de questões da AIDS como pano de fundo dessas práticas.
Aula 4 - 28.2.2024
Exposições apresentadas e analisadas: Linea de vida/Museu Travesti Del Peru, 2009, de Giuseppe Campuzano na 31ª Bienal de São Paulo (2014), que pode ser considerada o emblema do segmento que tratava das questões de diversidade naquela edição da Bienal; Histórias da Sexualidade (2017)/MASP, com curadoria de Adriano Pedrosa, Camila Bechelany, Lilia Schwarcz e Pablo León de la Barra, será analisada a partir das premissas curatoriais, obras e artistas e da elaboração de um projeto institucional que tem como objetivo a revisão de narrativas hegemônicas. A presença do debate sobre AIDS em narrativas expositivas e um panorama atualizado e provisório de exposições internacionais e no Brasil que enfocaram a diversidade a partir de novos contextos.
Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2020). Coordena a pós-graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018), Comigo ninguém pode, versando sobre a essencialização do feminino (2019), na Galeria Jaqueline Martins. Foi curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021) e de Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022). Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação Marcelina (2008-2012) e participou do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017). Escreveu para revistas e plataformas Select, Arte!Brasileiros, Artsoul, entre outras.