MASP

Histórias da arte - moderna e contemporânea

Horário
19h30 – 21h30
Duração do Módulo
ONLINE
9.3 – 29.6.2022
QUARTAS
(17 AULAS)
Investimento
Público geral
5x R$ 294,30
Amigo MASP
5x R$ 250,15
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Mirtes Marins de Oliveira
Especialistas Convidados
Igor Simões
Denilson Baniwa

O curso tem por objeto a produção artística e expositiva a partir da da segunda metade do século 19 até os dias atuais. Longe da apresentação de uma história da arte linear e homogênea, propõe-se aqui abordar os artistas e suas obras à luz de determinado número de questões, de ordem formal, mas também filosófica e social, relevantes a seus contextos. Não se trata, com isso, de retirar à arte sua especificidade no interior da esfera cultural, mas, pelo contrário, de abrir sua história à outras perspectivas e narrativas possíveis. Almeja-se, idealmente, que cada uma das aulas possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz, não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.

IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 
O curso é gravado e fica disponível durante 5 dias.
Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

Planos de aulas

Aula 1 – 9.3.2022
Moderno, modernismo e modernidade: introduções

Algumas questões sobre histórias e historiografias em arte. Século 19 em pauta: as revoluções industriais e o contexto imperialista. As possíveis definições de moderno, modernismo e modernidade. A importância das Exposições Universais e das Exposições Coloniais como modelo expositivo e para disseminação de modos de vida.

Aula 2 – 16.3.2022
A transformação do papel social do artista no mundo industrial

Circuito artístico: quem é e o que faz o artista no mundo capitalista industrial? Qual sua formação? A produção de Arts and Crafts e Art Nouveau. A invenção da fotografia e do cinema e a reinvenção da pintura: uma outra epistemologia. Análise de obras: examinando as características modernas do Pré-Impressionismo, Impressionismo e do Pós-Impressionismo em relação ao academismo e seus pressupostos.


Aula 3 – 23.3.2022
O interesse pelo "primitivo" e o "primitivismo"

O interesse pelo “primitivo”, seu caráter anticapitalista e anti-urbano. A pintura alemã expressionista do final do século XIX e o fauvismo: entre máscaras africanas e naturezas mortas. Os museus etnográficos. A natureza do moderno e seu avesso colonial.

Aula 4 – 30.3.2022
Conferência com Igor Simões  

Arte branco- brasileira: o que é afinal?

Aula 5 – 6.4.2022
Estetização do mundo e politização da arte: vanguardas históricas

O moderno e o novo. A educação do artista do século 20: Bauhaus e Vkhutemas como referências. Algumas produções das vanguardas históricas e suas conexões políticas. Duchamp e influências na produção artística contemporânea. As experiências expositivas das vanguardas.

Aula 6 – 13.4.2022
Vanguardas e experimentação artística e expositiva

Vanguardas latino-americanas e panorama crítico da produção modernista. A Semana de Arte de 22. Antropofagia a partir de Oswald de Andrade: estratégias para pensar relações coloniais.

Aula 7 – 20.4.2022
Estetização do mundo e politização da arte: o Nazismo e as exposições de Arte Degenerada

Os pressupostos da arte nazista e o ataque ao modernismo nas exposições de Arte Degenerada. A conexão entre Exposições de Arte Degenerada e Documenta de Kassel.

Aula 8 – 27.4.2022
A fundação do MoMA-NY e os museus de arte moderna

A fundação do Museum of Modern Art - Nova York e suas diretrizes. A influência político-cultural da instituição no Brasil. Museus modernos no Brasil: MASP, MAM-SP, MAM-RJ, MAC-USP.

Aula 9 – 4.5.2022
Produção artística e em design na Europa e Estados Unidos.

A importância da produção em design como propaganda cultural: Documenta de Kassel e as exposições de Good Design. Panorama das histórias da Bienal de São Paulo.

Aula 10 – 11.5.2022
Consumo e arte pop: o impacto da guerra na sociedade europeia.  

Pintura e outras linguagens em diálogo com a indústria cultural. O efeito Duchamp: consumo, reprodução e crise da autoria na Arte Pop.

Aula 11 – 18.5.2022
Os anos 1960 e 1970: práticas processuais, documentais, de protesto e consumo.

América latina em contexto ditatorial. Corpo, espaço, ideias e contexto como motor das práticas. A censura nas artes plásticas no Brasil. A Bienal do Boicote.

Aula 12 – 25.5.2022
A produção artística de e para jovens.

Origens da curadoria contemporânea em circuito norte-americano, europeu e brasileiro. Panorama de exposições paradigmáticas do período: museu como laboratório. O papel das mulheres na curadoria do período.

Aula 13 – 1.6.2022
Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização. Arte e feminismo

Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização. Crítica ao modernismo: contra a originalidade e autenticidade. Arte contemporânea e Duchamp. Práticas pós-modernas: citação e apropriação. Arte e feminismo desde os anos 70. Experiências expositivas e artísticas.

Aula 14 – 8.6.2022
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade

Globalização: em discussão, a identidade. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984) e Magiciens de la Terre (1989). As revisões historiográficas sobre as práticas artísticas. Museus em contexto global: experiências.  

Aula 15 – 15.6.2022
Conferência com Denilson Baniwa

Para uma historiografia da arte da perspectiva indígena

Aula 16 – 22.6.2022
O que significa descolonizar os museus e as exposições?

Panorama do debate pós-colonial e as experiências artísticas e curatoriais no sentido de descolonizar/decolonizar exposições

Aula 17 – 29.6.2022
Exposições paradigmáticas em contexto internacional

Exposições paradigmáticas em contexto internacional: bienais e bienalização. Museus modernos e museus contemporâneos. A crítica aos modelos modernos de exibição e as possibilidades contemporâneas. O debate descolonial/decolonial na produção artística.

 

Coordenação

Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP, 2020). É docente e pesquisadora na pós-graduação em design da Universidade Anhembi Morumbi. Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação Marcelina (2008-2012). Curadora de Contra o estado das coisas – anos 70, na Galeria Jaqueline Martins (2014), de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, 2016) e Especular, na Galeria Jaqueline Martins, em 2018. Participou, em 2015, do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares, pela EDUC (2016). Autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s, 2017. Escreveu para revistas e plataformas Select, Arte Brasileiros!, Artsoul, entre outras. Realizou, em 2019, a exposição Comigo ninguém pode, coletiva versando sobre a essencialização do feminino, na Galeria Jaqueline Martins.

Conferencistas


Igor Simões é doutor em Artes Visuais-História, Teoria e crítica da Arte-PPGAV-UFRGS. Professor, pesquisador, crítico e curador. Professor Adjunto de História, Teoria e Crítica da arte e Metodologia e Prática do ensino da arte (UERGS). Foi curador educativo da Bienal 12 (2020). Membro do comitê de curadoria da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas-ANPAP, Membro do Núcleo Educativo UERGS-MARGS. Membro do comitê de acervo do Museu de Arte do RS-MARGS. Trabalha com as articulações entre exposição, montagem fílmica, histórias da arte e racialização na arte brasileira e visibilidade de sujeitos negros nas artes visuais. Autor da tese “Montagem Fílmica e exposição: Vozes Negras no Cubo Branco da Arte Brasileira”. Membro do Flume-Grupo de Pesquisa em Educação e Artes Visuais.

Denilson Baniwa nasceu em Mariuá, Rio Negro, Amazonas. É artista visual e comunicador que tem, a partir do Movimento Indígena Amazônico e trânsito pelo universo não-indígena, seus processos artísticos. Baniwa em sua trajetória contemporânea consolida-se como referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional