Aula 1 - 11.5.2021
Os reis magos: história, religião e arte
O primeiro encontro buscará explorar a iconografia dos três reis magos em sua visita ao recém-nascido menino Jesus. Observando principalmente iluminuras e pinturas do ambiente italiano e nórdico, serão analisados os elementos mobilizados na caracterização de Baltazar, o rei mago que passou a ser representado como um homem negro pela pintura europeia a partir do século 15.
Aula 2 – 18.5.2021
Santas, santos e personagens sacras: entre devoções e ancestralidades negras
No segundo encontro, serão apresentadas as imagens de personagens cristãos e sua representação como negros ou negras entre os séculos 14 e 18, atentando para as diferenças entre o ambiente europeu e as colônias americanas. Trataremos de São Maurício, Santa Ifigênia, São Benedito e do tema iconográfico da bênção de Cristo ao eunuco.
Aula 3 – 25.5.2021
Alegorias, sibilas e cabeças: a presença de mulheres e homens negros na pintura europeia entre os séculos 16 e 19
O terceiro encontro abordará o modo como são caracterizados homens e mulheres negros em alegorias, como as que representam os continentes na pintura europeia entre os séculos 16 e 19, nos estudos de cabeças e rostos (os “tronies”) típicos da pintura flamenga, e também em representações como a da Sibila Agripina na pintura barroca.
Aula 4 – 1.6.2021
Crônicas coloniais: representações de pessoas negras em relatos de viajantes
Os europeus Carlos Julião, Johann Moritz Rugendas, Jean-Baptiste Debret e Maria Graham serão linha e agulha para esta aula que pretende analisar as negras maneiras de vestir representadas em criações de artistas estrangeiros que estiveram no Brasil entre os séculos 18 e 19.
Aula 5 – 8.6.2021
Os vestires negros em retratos
A partir de uma breve introdução sobre a trajetória histórica do retrato, pretende-se abordar retratos realizados por Giovanna Garzoni, Cristofano dell’Altissimo e Hyacinthe Rigaud, ao mesmo tempo em que intersecções com obras brasileiras como Baiana (c. 1850), de autoria desconhecida, e o retrato do Marinheiro Simão (c. 1853), de autoria de José Correia de Lima, servirão para estabelecer diálogos possíveis sobre a representação de pessoas negras e os seus vestires nas histórias das artes.
Aula 6 – 15.6.2021
Entre estereótipos, modernismos e corpos negros
Neste encontro, a intenção é abordar obras de artistas centrais do modernismo brasileiro, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Portinari e Burle Marx, e elencar perspectivas acerca de sua abordagem, partindo da discussão sobre estereótipos e corporeidades negras e de leituras tensionadas por visões decoloniais.
Aula 7 – 22.6.2021 e Aula 8 – 29.6.2021
Autorrepresentações e os olhares de artistas afro-diaspóricos
Arthur Timótheo da Costa da Costa, Heitor Prazeres, Beauford Delaney, John Biggers, Lynette Yiadom-Boakye, Louis Mailou Jones, Dalton de Paula, Elizabeth Colomba, Maria Auxiliadora e Sonia Gomes são alguns dos artistas negros que, entre o final do século 19 e a contemporaneidade, atualizam narrativas e elaboram outros olhares sobre as suas próprias vivências, vestimentas e corporeidades.
Hanayrá Negreiros é mestra em ciência da religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pesquisadora em moda, cultura e práticas curatoriais. Possui como principais áreas de estudo estéticas negras que se manifestam por meio do vestir, da cultura visual, religiosidades e memórias de família. Atualmente faz parte do grupo de pesquisa INDUMENTA - Dress and Textiles Studies in Brazil, vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), é membro do Núcleo de Pesquisa em Modas Africanas e Afro-diaspóricas, conselheira do Instituto Urdume e assina a coluna Negras Maneiras na ELLE Brasil.
Juliana Ferrari Guide é mestra em estudos da tradição clássica, na linha de pesquisa em história da arte pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com estágio de pesquisa na Itália. Seus estudos se concentram em iconografia de heroínas da Antiguidade, em pintura italiana do século 17 e em artistas mulheres que atuaram na Itália nesse período, com eventuais incursões pela tragédia clássica francesa e pela história dos debates a respeito do suicídio.