A Estátua da deusa Higeia (século 4 a.C.) é parte da coleção de arqueologia do MASP. Esta peça, contudo, já era parte do acervo desde 1950. A coleção contempla diferentes culturas do mediterrâneo e obras do período entre a Antiguidade egípcia e a civilização helenística e romana. Segundo a mitologia greco-romana, Higeia era uma das filhas de Asclépio, deus da cura e da medicina. Seu nome tem a mesma raiz das palavras gregas correspondentes a “higiene” e “saúde”. Os romanos traduziram o seu nome para Salus, resgatando o culto à deusa e dedicando-lhe vários templos. Higeia é associada, sobretudo, à prevenção de doenças. Por isso, seus símbolos (a serpente e a taça) foram apropriados pelas ciências farmacêuticas. A deusa foi representada vestida com uma túnica, o corpo envolvido por uma serpente que bebe diretamente de sua taça. Em muitas culturas da região do Mediterrâneo, a serpente simbolizava sabedoria e vida eterna. Na obra do MASP, feita em mármore, Higeia carrega o deus Eros, ou Cupido, no braço esquerdo, segurando na mão uma tigela; a serpente envolve seu braço direito. A deusa não possuía atributos bem definidos na mitologia e foi representada em alguns casos, como este, em companhia de Eros à semelhança de Vênus/Afrodite.
— Equipe curatorial MASP, 2017