Esta mostra reúne 26 obras incorporadas desde 2020 à coleção do MASP, e expressa o trabalho contínuo do museu para desenvolver seu acervo, sobretudo mediante a incorporação de obras que tenham participado de exposições na instituição.
As doações são frequentemente solicitadas ou negociadas junto a conselheiros, patronos, colecionadores e apoiadores do museu, bem como a artistas e galeristas. São raras as doações que de fato têm surgido espontaneamente. O processo pode levar vários meses e inclui a avaliação, por parte da curadoria, da pertinência da obra para o acervo e da sua relevância no contexto da produção do artista, da história do museu e da história da arte, bem como a análise do estado de conservação e da documentação da obra, a apresentação e recomendação dela ao Comitê Cultural, e, por fim, a aprovação pela diretoria.
Um critério bastante produtivo que tem sido privilegiado é se a obra participou de alguma exposição no MASP. Desse modo, com as doações, a programação de exposições temporárias deixa uma marca mais perene no próprio acervo do museu — algo que pode ser percebido na mostra Acervo em transformação na galeria do segundo andar.
Expressamos nossa gratidão aos artistas que doaram suas obras para o acervo do MASP e que estão em exibição nesta mostra: Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Bruno Baptistelli, Emanuel Nassar, José Patrício, Judy Chicago, Mateo López, Rochelle Costi, Sandra Cinto, Sérgio Sister, Sergej Jensen, Valdirlei Dias Nunes e Vik Muniz. Muito obrigado também aos colecionadores que doaram trabalhos para o museu: Ana Dale, Carlos Dale Júnior e Antonio Almeida, Bruno Baptistella, Conrado e Ronie Mesquita, Gustavo Rebello, Luiz Sève, Max Perlingeiro, Paulo Kuczynski, Samuel Lacerda e Teresa Bracher. Agradecemos ainda às galerias em São Paulo que nos ajudaram com algumas dessas doações: Almeida & Dale Galeria de Arte, Casa Triângulo, Galeria Fortes d’Aloia Gabriel, Galeria Luisa Strina, Galeira Nara Roesler e Galeria Millan.
Acervo em transformação: doações recentes é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP; Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP; Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP.
Acervo em transformação é o título da exposição de longa duração da coleção do MASP. As obras são instaladas nos cavaletes de cristal — placas de vidro encaixadas em blocos de concreto — que ficam dispostos em fileiras sem divisórias na sala ampla do segundo andar do museu. O espaço aberto, fluido e permeável da galeria oferece múltiplas possibilidades de acesso e de leitura, eliminando hierarquias e roteiros predeterminados. Retirar as telas das paredes e colocá-las nos cavaletes possibilita ao visitante caminhar entre elas, como em uma floresta de obras que parecem estar suspensas no ar.
Os cavaletes de cristal, desenhados por Lina Bo Bardi (1914-1992) — autora também do projeto do edifício do MASP —, foram introduzidos em 1968, na inauguração da sede do museu na avenida Paulista. Substituídos em 1996 pela divisão da sala por paredes, esses dispositivos foram trazidos de volta em 2015. Desde então, a mostra permanece em constante modificação, como indica seu título, com entrada e saída de trabalhos em razão de empréstimos, novas aquisições e rotatividade. As legendas das obras são posicionadas no verso dos cavaletes, pois a proposta original de Lina Bo Bardi era de que o primeiro encontro do visitante com os trabalhos fosse direto, livre de contextualizações e de informações de autoria, título e data.
Esta é a primeira de duas exposições dedicadas ao comodato MASP Landmann, que chegou ao museu em 2016, onde permanecerá por um período de dez anos. São 906 peças incluindo têxteis, objeto desta mostra, além de cerâmicas e metais. Ao longo de mais de cinquenta anos, Oscar e Edith Landmann reuniram uma das mais representativas coleções de arte pré-colombiana do Brasil, abrangendo objetos de diferentes tipologias, produzidos nos Andes entre 1000 a.C. e o século 16.