Aula 1 - 8.10.2025 | Olhar nos olhos da crise, com Debora Pazetto
Como viver e criar outras formas de vida, desejo e corpo em um mundo em colapso, marcado por crises ecológicas, políticas, sanitárias e pelas violências cisheteropatriarcais e coloniais? A aula propõe um percurso entre textos de Gloria Anzaldúa, Paul Preciado, Donna Haraway, Zairong Xiang e Brigitte Baptiste. Se o ponto de partida é olhar nos olhos da crise, a meta é cultivar imagens e narrativas de transição, reinvenção e reciprocidade.
Aula 2 - 15.10.2025 | Imaginações sobre mutação e hibridismos ancestrais, com Bqueer
Rafa Bqueer falará de seu trabalho e pesquisa com foco em sua perspectiva afro-amazônica e travesti. Abordará sua relação com a natureza em temas como mutação, ancestralidade e hibridismo, que se materializam em fotografias, performance, vídeo e escultura têxtil.
Aula 3 - 22.10.2025 | Para sonhar imagens transformadoras, com Efe Godoy
Em “Para sonhar imagens de transformação” a noção de que tudo que está vivo muda o tempo todo nos conduzirá a entender e lembrar processos de aprendizagem que vão ganhando camadas e camadas, se transformando, transmutando, transfigurando-se. Uma breve partilha sobre a produção da artista Efe Godoy e suas referências será dividida nesta aula.
Aula 4 - 29.10.2025 | Como a vida volta, com Uýra Sodoma
Em divergência aos entendimentos ocidentais de Natureza, comumente prístina, distante e recurso, Uýra transita e costura em seus trabalhos, um universo de muitas outras formas de Natureza. Processo recente de suas pesquisas, tem sido o processo ancestral, teimoso e cotidiano, de ressurgências de vida em locais/mundos destruídos e quase extintos pelo fracasso colonial - processos de reterritorialização de vida sobre a violência e a desgraça. "Como a vida volta" é a pergunta guia deste encontro.
Debora Pazetto é professora de Teorias das Artes (graduação) e Processos Artísticos Contemporâneos (pós-graduação) na UDESC. Possui graduação em Filosofia (UFSC) e Artes Visuais (UDESC), e mestrado/doutorado em Filosofia da Arte (UFMG/Paris 1). Coordenou o NUDHA/Ceart/UDESC. Suas pesquisas focam em práticas contra-coloniais, teorias queer/cuier, pensamento sapatão e arte brasileira contemporânea, explorando as potências políticas dos corpos e a dissidência de binarismos através de escrita instalada e palestra-performance.
Rafa Bqueer, multiartista formada em Artes Visuais pela UFPA e EAV Parque Lage, é pioneira da cena Drag-Themônia em Belém do Pará. Sua obra, que abrange performance, fotografia, cinema e arte têxtil, aborda gênero, racialidade, ativismo LGBTQIA+ e a história da arte amazônica, criticando a presença de corpos pretos e trans em instituições e festas populares. Participou de exposições e premiações em instituições renomadas como MASP e Inhotim, e de residências artísticas nacionais e internacionais. Suas obras estão em acervos como o Museu de Arte do Rio e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Efe Godoy é uma artista visual transvestigenere que explora o hibridismo em diversas linguagens (vídeo, objeto, desenho, pintura, performance), focando em memórias da infância e fabulações. Começou a desenhar aos 7 anos, inspirada por uma leitura de mãos. Nascida em Sete Lagoas/MG, reside e trabalha em Belo Horizonte. Estudou na Escola Guignard UEMG e participou de residências artísticas no Brasil e exterior, como Bolsa Pampulha (2015/2016), EAC-Montevideo (2018), Adelina (2018), HEMIENCUENTRO (2019), e a mostra VERBO (2019). Recebeu o Prêmio Mabri (2021) e o PRÊMIO SARP (2020). Utiliza as redes sociais (@efegodoy) para disseminar afeto.
Uýra Sodoma é artista visual, bióloga, ecologista amazônica e arte-educadora. Residente em área industrial na Floresta, vira Árvore que Anda usando elementos orgânicos. Com mais de 50 coletivas e 5 individuais, incluindo MAM-RJ e Currier Museum of Art (EUA), participou da 34ª Bienal de São Paulo, Bienal Manifesta! (Kosovo), 13ª Bienal de Arquitetura de SP e 1ª Bienal das Amazônias. Vencedora de prêmios como EDP nas Artes – Instituto Tomie Ohtake e PIPA 2022, Uýra aborda a Natureza em fotoperformance, performance e instalações, explorando sistemas vivos, diversidade e adaptação. Suas obras estão em acervos nacionais e internacionais, como Pinacoteca de São Paulo, Instituto PIPA, Castello di Rivoli (Itália) e Los Angeles County Museum of Art (EUA).