MASP

Histórias brasileiras: como confrontar nossos passados difíceis?

2.10.2021
SÁBADO
10h-17h
O primeiro encontro de 2021 do MASP Professores parte da consciência de que o Brasil tem um passado difícil a ser enfrentado, uma vez que foi construído sobre um território tradicionalmente habitado por centenas de povos indígenas e que estas terras foram o principal destino de milhões de pessoas africanas escravizadas. Estas populações, em especial, têm suas vidas afetadas pelo racismo que impede seu acesso à cidadania plena e que invisibiliza seus modos de ser e de pensar. Considerando o que disse o intelectual martinicano Aimé Césaire no livro Discurso sobre o Colonialismo (1950), “uma civilização que opta por fechar os olhos para seus problemas mais cruciais é uma civilização doente”, é urgente que a população pense sobre os passados difíceis para seguir adiante enquanto coletividade diversa.

Este primeiro encontro é parte do ciclo curatorial dedicado às Histórias brasileiras. Além de um segundo encontro em 4.12.2021, a programação continua em 2022. 

Cronograma do encontro:
10h-13h: palestras matinais
13h-15h: intervalo
15h-17h: conferência

Público: profissionais da área da educação, especialmente docentes e estudantes de licenciaturas, e pessoas interessadas em geral.

Atividade gratuita, transmitida ao vivo pelo YouTube do MASP. Para assistir, acesse aqui. 

Debate com convidades e emissão de certificado de participação reservados, pela plataforma Elos, às pessoas inscritas (inscrições encerradas). 
 
Convidados
Palestras matinais: Samantha Quadrat, Luana Tolentino e Sônia Barbosa Ara Mirim.
Conferência: Sérgio Vaz.
 

PROGRAMA

10h-13h
SAMANTHA QUADRAT
Passados que não passam: o confronto com a nossa história recente

A história recente brasileira é marcada pela ditadura civil-militar (1964-1985) e pelo processo de transição à democracia. Tais momentos envolvem disputas de memórias e usos políticos do passado, bem como uma difícil reflexão sobre a relação da sociedade brasileira com a ditadura e com a democracia. Nesse sentido, Quadrat irá debater os traumas, silêncios, tabus e pactos construídos sobre história recente do país e seus desdobramentos no presente.  
 
LUANA TOLENTINO

Superando o racismo na escola: compromisso, desafios e possibilidades
Apesar dos avanços decorrentes da promulgação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatória a promoção de uma educação antirracista, pesquisas apontam que o racismo ainda é uma constante nos espaços escolares. Nesse sentido, a apresentação busca refletir a respeito dos impactos da discriminação racial na trajetória escolar dos estudantes negros, como também apontar possibilidades para a efetivação de práticas e atitudes comprometidas com a equidade e com a valorização da diversidade.
 
SONIA BARBOSA ARA MIRIM
Vida, cultura e natureza: pensamento e ação indígenas
 
Tendo em vista a trajetória das políticas indigenistas no Brasil e a atuação dos povos e de suas lideranças, esta palestra busca informar sobre como as culturas e tradições dos Guarani Mbyá apontam caminhos para a preservação da vida de uma forma abrangente e profunda, considerando as pessoas, as florestas e os animais. 
 
13h-15h 
Intervalo

 
 
15h-17h
Conferência
SÉRGIO VAZ
Literatura periférica e saraus

A partir de projetos como o Sarau da Cooperifa e Poesia contra a Violência, assim como de sua produção literária, o poeta Sérgio Vaz apresenta caminhos para a construção da cidadania e de transformação da realidade por meio da arte e da literatura.
 

Vídeos

Participantes

LUANA TOLENTINO
Doutoranda em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atuou como professora de história em escolas públicas da periferia de Belo Horizonte e da região metropolitana. Tem se dedicado à formação inicial e continuada de professores. É colunista da revista Carta Capital e é autora do livro Outra educação é possível: feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula (2018).

SAMANTHA QUADRAT
Doutora em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atualmente é professora de história da América contemporânea e pesquisadora do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI). Bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

SÉRGIO VAZ
Poeta e agitador cultural. Autor de oito livros, entre eles Flores de Alvenaria e Literatura, pão e poesia. É cofundador do Sarau da Cooperifa, movimento que ajudou a deflagrar a literatura periférica. Também é autor do projeto Poesia contra Violência, que percorre as escolas públicas promovendo recitais e bate-papo sobre poesia e o incentivo à leitura. 

SONIA BARBOSA ARA MIRIM
Indígena do povo Guarani Mbyá, da terra indígena do Jaraguá. Ativista da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), atua especialmente junto a outras lideranças femininas. Também é brigadista de incêndio, combatendo a destruição da Mata Atlântica.