A terceira edição do MASP Professores de 2019, Fé, educação e direitos reprodutivos, abordará algumas das complexas questões que adolescentes e jovens, sobretudo do sexo feminino, podem enfrentar durante sua formação, no que toca às relações entre corpo e regulação da sociedade, gravidez na adolescência, maternidade, direitos reprodutivos e afetivos e suas interlocuções com religião e estado. Com a atividade, espera-se introduzir noções e apontar caminhos para uma abordagem mais acolhedora e menos estigmatizante dos assuntos dentro da escola.
Cronograma do encontro
8h30 às 10h: credenciamento
10h às 12h30: palestras matinais
12h30 às 14h: horário de almoço
14h às 15h45: conferência
15h45 às 16h15: café e confraternização
16h15 às 18h: horário de livre visitação das exposições
*Todxs xs participantes ganharão ingresso gratuito para visitar as exposições do museu até o final do dia
Público: professorxs, educadorxs e interessados em geral
Atividade gratuita
Palestras da manhã: Jacqueline Teixeira, Maria José Rosado (Católicas pelo Direito de Decidir), com mediação de Adriana Toledo.
Conferência da tarde: Margarita Díaz, com mediação a confirmar
10h às 12h30
Escola, “ideologia de gênero” e o direito de existir
Na palestra, Jacqueline Mores Teixeira, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, procurará abordar - a partir dos resultados de algumas de suas pesquisas acerca dos estudos de gênero, sexualidade e religião -, a importância de se defender nas escolas, o debate sobre os direitos reprodutivos e sexuais. A comunicação tratará das recentes estratégias adotadas por movimentos conservadores religiosos para censurar o ensino de alguns direitos civis fundamentais a partir do combate público à chamada “ideologia de gênero”, abordando de forma mais detalhada a ação de alguns movimentos evangélicos e da Bancada Parlamentar Evangélica. O objetivo é informar, preparar e integrar professorxs e educadorxs para a defesa de uma pedagogia crítica capaz de incluir e de garantir o direito à diversidade, pensando a escola como espaço no qual todo corpo tem garantido seu direito de existir.
Jacqueline Moraes Teixeira é doutora em Antropologia Social e professora na Faculdade de Educação da USP.
O sagrado direito de decidir
As religiões tiveram historicamente papel importante na constituição de nossa cultura e no estabelecimento de valores e princípios norteadores da moralidade social e dos comportamentos individuais. Ainda hoje, continuam a moldar formas de pensar e até mesmo a legislação nacional e políticas públicas. Por isso, o trabalho em sala de aula, independentemente da orientação religiosa dxs professorxs, precisa tomar em conta esse componente. Nesta palestra, vamos discutir mudanças contemporâneas na realidade religiosa do país, a necessidade de desvinculação Estado/religião e como a escola pode ser um lugar de respeito às convicções religiosas de suas e seus alunxs e, ao mesmo tempo, apontar horizontes possíveis para o exercício livre e autônomo da sexualidade.
Maria José Rosado é socióloga, professora na PUC/SP, pesquisadora do CNPq e presidenta da organização Católicas pelo Direito de Decidir.
Com mediação de Adriana Toledo (Iyá Adriana de Nanã), zeladora do Ilê Axé Omó Nanã, realiza palestras sobre religiões de matriz africana, direitos humanos, e aplicação da lei 10.639/10.
14h às 15h45
Adolescência e saúde sexual e reprodutiva: novas visões para novas práticas
A partir de dados sobre fertilidade e gravidez durante a adolescência, a palestra buscará estimular a reflexão crítica sobre como a cultura machista, as construções históricas acerca da sexualidade e das relações desiguais de gênero e a visão que a sociedade tem sobre as e os adolescentes contribuem para a sua situação de vulnerabilidade. Margarita Díaz também compartilhará a experiência e o enfoque de seu trabalho na ONG Reprolatina, mostrando que mudando essas visões deturpadas é possível diminuir o risco de gravidez na adolescência e melhorar a saúde sexual, reprodutiva e mental de adolescentes e jovens.
Margarita Díaz é feminista, presidenta da ONG Reprolatina, e atua em pesquisa e educação em sexualidade e saúde sexual e reprodutiva, com foco em gênero e direitos.
Com mediação de Francine Even - Obstetriz formada pela EACH-USP, e supervisora ambulatorial da Casa Angela (Centro de Parto Humanizado).