Sabe-se o quanto as produções artísticas no Brasil ao longo de séculos foram fundamentais para construir a ideia de uma nação, construída com base no racismo que sempre viu como “escravos” os povos e seus descendentes que do continente africano foram trazidos, e como “selvagens” e “preguiçosos” os nativos destas terras, que em muitos livros didáticos ficavam somente no passado da história do Brasil. Chegou o momento de recontar a história do Brasil e incluir as narrativas de autorias indígenas que foram silenciadas. Através da contribuição das artes indígenas, que nesses últimos anos vêm abrindo caminhos para narrar novas histórias desses Brasis, Arissana Pataxó trará um repertório de obras de artistas indígenas que atualmente têm colaborado para uma discussão antirracista junto ao projeto Culturas de Antirracismo na América Latina (CARLA), uma pesquisa em parceria com Universidade Federal da Bahia e a Universidade de Manchester.
A palestra será transmitida pelo canal do MASP no YouTube.
Arissana é natural de Porto Seguro e pertence à etnia Pataxó. Como artista visual, transita com a sua produção artística por várias técnicas e suportes, trazendo discussões que fazem parte de suas vivências junto ao seu povo e outros povos indígenas. Já realizou diversas exposições no Brasil, tendo também participado de exposições em Portugal, Noruega, Inglaterra e Estados Unidos. Como professora, atua na educação escolar indígena desde 2002, colaborando também com a formação de professores e a produção de material didático. Possui graduação em Artes Plásticas, mestrado em Estudos Étnicos e Africanos e atualmente é doutoranda em Artes Visuais pelo PPGAV/UFBA. Integra o grupo de pesquisa autônomo sobre a cultura do povo Pataxó — ATXÔHÃ, sendo também pesquisadora do Projeto CARLA — Culturas de Antirracismo na América Latina (IHAC-UFBA/U. Manchester).