MASP

resultado para rembrandt

  • Todos (8)
  • Acervos (2)
  • Exposições (4)
  • Diálogo no acervo (1)
  • Seminarios (1)

Acervos

Rembrandt e Ateliê

Retrato de jovem com corrente de ouro (Autorretrato com corrente de ouro),

Circa 1635

  • Autor:
    Rembrandt e Ateliê
  • Dados biográficos:
    Leiden, Holanda, 1606-Amsterdã, Holanda ,1669
  • Título:
    Retrato de jovem com corrente de ouro (Autorretrato com corrente de ouro)
  • Data da obra:
    Circa 1635
  • Técnica:
    Óleo sobre madeira
  • Dimensões:
    61 x 45,5 x 2 cm
  • Aquisição:
    Doação dona Sinhá Junqueira, condessa Marina Crespi, Áurea Modesto Leal, Gervásio Seabra, Geremia Lunardelli, Arthur Bernardes Filho, Mário Rodrigues, Ricardo Seabra, Adriano Seabra, Américo Breia, Manuel Batista da Silva, Osvaldo Riso, Domingues Fernandes, Walther Moreira Salles, Hélène Moreira Salles, Simone Pilon, Jacques Pilon, J. Silvério de Souza Guise, Ricardo Fasanello, Sotto Maior & Cia, Moinho Santista S.A., Marwin S.A., Companhia Antarctica Paulista S.A., Indústrias Klabin do Paraná S.A., Indústrias Químicas e Farmacêuticas Schering S.A., Brasital S.A., 1949
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00190
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Acervos

Rembrandt Van Rijn

A prece de são Jerônimo,

1632

  • Autor:
    Rembrandt Van Rijn
  • Dados biográficos:
    Leiden, Holanda, 1606-Amsterdã, Holanda ,1669
  • Título:
    A prece de são Jerônimo
  • Data da obra:
    1632
  • Técnica:
    Água-forte
  • Dimensões:
    11 x 8 cm
  • Aquisição:
    Sem data
  • Designação:
    Gravura
  • Número de inventário:
    MASP.06040
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Exposições

Sala de vídeo: Mark Lewis

Mark Lewis é um videoartista canadense que vive em Londres e visita frequentemente São Paulo, onde já realizou alguns trabalhos. Um deles é Museum [Museu] (2018), gravado na pinacoteca de cavaletes de vidro concebida por Lina Bo Bardi para o acervo do MASP, no segundo andar do edifício. A pinacoteca de cavaletes foi inaugurada com o novo edifício na avenida Paulista em 1968, introduzindo uma expografia que permanece radical até hoje; entretanto, ela foi desmantelada em 1996, e reconstruída novamente em dezembro de 2015. Na ocasião em que completamos cinco anos da reconstrução dos cavaletes, o vídeo de Lewis, doado ao museu pelo artista e aqui exposto, nos oferece uma meditação sobre o museu, a arte e suas histórias — no MASP e no mundo. 

Exposições

O TRIUNFO DO DETALHE. OS MESTRES ANTIGOS: O RETRATO

Em nova mostra concebida com obras de seu acervo O triunfo do detalhe. Os mestres antigos: o retrato celebra a arte do retrato e do auto-retrato no período que antecede o Modernismo, do século 16 ao início do 19. São quinze retratos escolhidos pelo curador do MASP Teixeira Coelho, reunindo alguns dos maiores mestres da arte desde o Renascimento: Rembrandt, Tiziano, Velázquez, Goya, Hals, Rubens, Van Dyck, Gainsborough, Allori e Paris Bordon. Com apoio da Lei de incentivo à Cultura e patrocínio do Bradesco e Bradesco Seguros, a mostra ficará no 1º andar do museu.

Para Teixeira Coelho pode-se observar, nesses grandes mestres, a importância central que o detalhe na arte assume a partir do século 16. “Como observa Daniel Arasse, o detalhe torna-se o melhor índice da excelência do artista. É no detalhe que se concentra, mesmo, a ‘verdade em pintura’, um traço que na arte moderna aos poucos desapareceria para ceder lugar à impressão geral e à ideia abstrata”.

Destaques, por Teixeira Coelho:

Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzo – Tiziano Vecellio, 1552 – Madruzzo, como príncipe-bispo de Trento, foi membro do Concílio de mesmo nome do qual saiu a Contra-reforma católica. Os objetos na tela simbolizam poder do retratado, sua função (o anel cardinalício, as folhas sobre a mesa, com texto outrora legível). O relógio marca duas e trinta, aludindo a um evento do Concílio. Indica também a transitoriedade do tempo. Tiziano, usando uma paleta de poucas cores, promove uma difusão tonal de modo que os vermelhos da cortina se lançam à face da personagem e avivam o solo. Os vincos da cortina sugerem figuras, como um perfil leonino  com o qual Tiziano elogia o retratado em sua condição de astuto mediador entre o papa e o imperador.

O Retrato do Conde-Duque de Olivares – Diego Rodríguez de Silva Velázquez, 1624 – Três aspectos da tela são expressivos: a roupa, o gesto, a efígie. A roupa explicita a desproporção do corpo em relação à cabeça, talvez reduzida em proporção de modo a chamar a atenção para os detalhes do poder: a chave e esporas douradas identificam-no como camareiro-mor e grande escudeiro de Filipe IV, de quem foi primeiro-ministro. Sobre o gibão aparecem a corrente e brasões da ordem militar de Calatrava. Os gestos acentuam a imponência, visível nos braços e nas mãos.

Retrato do Cardeal Luis Maria de Borbon y Vallabriga – Francisco José de Goya y Lucientes, 1798-1800 – O retrato de Vallabriga é correto e suntuoso. Vallabriga, cardeal aos 23 anos, momento deste retrato, era filho de um nobre que fizera a Goya as primeiras encomendas recebidas pelo artista. Além do realismo geral da representação, alguns detalhes se sobressaem, como a faixa vermelha e a insígnia. Mas outros detalhes e signos do poder estão ausentes e são em muito menor número do que nas telas de Tiziano e Rubens, como se Goya quisesse realçar antes os dons intelectuais do cardeal que suas qualidades materiais.

Retrato da Condessa de Casa das Flores – Francisco José de Goya y Lucientes, 1790-97 – Como em outros retratos de Goya, também neste o mundo interior da retratada prevalece sobre seu aspecto exterior e os signos materiais. O vestido branco é soberbo mas, comparado ao retrato de Maria Olycan, de Franz Halls, também nesta sala,  fica evidente como, quase um século e meio antes, na tela de Halls, os detalhes da indumentárias, em especial a golilha branca, são uma figura da obra  tão importante quanto o rosto do retratado.

Oficial SentadoFranz Hals, 1631 – O personagem aparece sentado de lado, inclinado para trás, com o cotovelo direito – que se projeta para fora tela – apoiado sobre o espaldar da cadeira. O chapéu desengonçado sobressai com sua grande aba frontal. Seus braços formam um polígono dinâmico de cinco lados em que as mãos, curvas, permanecem contíguas, perfazendo o eixo oblíquo da composição. Com isso o retrato ganha vida, reiterada não apenas pela pincelada empastada, multidirecional, das mangas que produzem saliências agudas, mas também pela luz dourada que banha a face deste personagem de identidade desconhecida, talvez um miliciano de Haarlem, como o título da obra sugere.

Maria Pietersdochter Olycan – Franz Hals, 1638 – Esta obra deve ser observada em comparação ao retrato da Condessa de Casa Flores, de Goya. Como em outros retratos de Goya, também neste o mundo interior da retratada prevalece sobre seu aspecto exterior e os signos materiais. O vestido branco é soberbo, mas, comparado ao retrato de Maria Olycan, de Franz Hals, também nesta sala, fica evidente como, quase um século e meio antes, na tela de Hals, os detalhes da indumentária, em especial a golilha branca, são uma figura da obra  tão importante quanto o rosto do retratado.

Autorretrato com barba nascente – Rembrandt Harmensz van Rijn, c. 1635 – “Rembrandt pinta a si mesmo encarando o espectador, do qual está próximo. O artista opera com um claro-escuro teatral que, além de se projetar em diagonal à face da figura, tem transparência tonal que envolve o aveludado do casaco (que impressiona o olho como se este pudesse substituir o toque dos dedos), a maciez do cabelo, a suavidade da boina com o fundo tenebrista. Os detalhes da golinha branca são fortes e impressionantes, mas menos intensos em volume do que nos retratos militares de Franz Hals. Os olhos do artista, porém, são de uma intensidade realista, no detalhe, que torna evidente o principal tema do pintor: o mundo interior do retratado, de si mesmo. Um dos mais importantes retratistas da história, neste aspecto Rembrandt e Goya se aproximam, por caminhos diversos.

Retrato de Alvise Contarini (?) – Paris Bordon, 1525/50 – “Retrato de datação mais remota no Renascimento italiano dentro da coleção MASP, esta obra de Bordon tem em comum com a de Tiziano, na sala seguinte, alguns detalhes comuns como o relógio de mesa, signo da passagem do tempo e da pequenez das vaidades humanas (vanitas vanitatem). De fato, o retratado é representado numa soberba indumentária cujo luxo e voluptuosidade que quase pode ser sentida realmente, e não apenas virtualmente, pelo observador. Este retrato, no entanto, por apresentar o retratado numa espécie de plano americano (no cinema, umplano que apanha a personagem até a altura do joelho aproximadamente), permite uma proximidade maior entre a figura e esse mesmo observador, o que dá à obra um caráter mais intimista.

Exposições

LUZES DO NORTE - DESENHOS E GRAVURAS DO RENASCIMENTO ALEMÃO NA COLEÇÃO BARÃO EDMOND ROTHSCHILD / MUSÉE DU LOUVRE

Determinado a continuar apresentando no Brasil o que há de mais representativo na arte da gravura e do desenho no mundo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o MASP abre ao público nesta sexta-feira, 19, uma mostra com 61 obras-primas da gravura renascentista alemã. Extraída da magnífica coleção de 100 mil obras doadas pela família do barão Edmond de Rothschild ao Museu do Louvre em 1935, LUZES DO NORTE é resultado da demanda do curador Teixeira Coelho ao curador Pascal Torres, responsável por Gravuras e Desenhos no museu francês, de uma seleção que trouxesse ao Brasil as preciosidades do Renascimento alemão, uma das mais relevantes produções da arte europeia, nem sempre reverenciada em grandes mostras.

Do acervo do MASP foram integrados à exposição os óleos O Poeta Henry Howard, Conde de Surrey (1542), de Hans Holbein, o Jovem e Retrato de Jovem Aristocrata (1539), de Lucas Cranach, o Antigo, obras-primas relevantes para o contexto. A mostra fica até 27 de janeiro no 2º andar do MASP, ao lado das exposições do acervo do museu.

Doada ao Louvre em 1935, A coleção do barão de Rothschild possui, ao todo, mais de 100.000 obras. Para o Diretor Presidente do Louvre, Henri Loyrette, “essa célebre coleção reúne peças únicas, sem as quais nosso conhecimento da gravura alemã continuaria incompleto”.  Colecionador de obras de arte que, à frente de seu tempo, compreendeu o Zeitgeist do Renascimento, o barão “reuniu as mais belas peças da gravura alemã dos séculos XV e XVI que a curiosidade intelectual, o estudo erudito e, algumas vezes, a sorte ofereceram para seu excepcional gosto pelo Belo”, completa Loyrette.

Movimento artístico e intelectual nos séculos XV e XVI, o Renascimento lançou bases ao desenvolvimento do comércio, crescimento de cidades, rompimento com a mentalidade de misticismo e com forte inclinação ao Humanismo. Suas características principais eram, sobretudo, a exaltação do individualismo e da personalidade humana e o apreço à arte comercializável, possível graças à invenção da prensa por Gutenberg. A Itália é considerada seu berço do, pois, além do patrocínio dos mecenas, era um país de forte crescimento econômico e efervescência cultural. Para lá migraram monges e estudiosos bizantinos e concentravam-se a maioria dos monumentos romanos e latinos, faculdades e pontos de encontros de rotas comerciais.

Foi este o cenário encontrado por Albrecht Dürer, artista alemão responsável por levar o Renascimento para o Norte da Europa.  Na Itália que ele iniciou seus estudos de proporção e perspectiva e passou a se entender como artista. Teixeira Coelho, curador do MASP, aponta que Dürer “foi o maior nome da gravura em todos os tempos até a chegada de Rembrandt, e foi a gravura que firmou seu nome internacional ainda em sua própria época. [...]Dürer, porém, não se limitou a levar a Renascença para o Norte (da Europa): de igual modo, trouxe o germanismo para o Sul, sobretudo com sua contribuição em favor da melhor reputação da gravura. Seu grande aporte, por arbitrário que seja destacar um dentre vários, foi a originalidade da invenção, algo que se poderá verificar nesta exposição, de modo central embora não exclusivo, nas peças Santo Eustáquio, A trindade e o popular Rinoceronte, três de suas muitas obras-primas”.

Exposições

OLHAR E SER VISTO - RETRATOS E AUTO-RETRATOS

O retrato é talvez o mais poderoso gênero da história das artes visuais, com uma presença que se estende desde pelo menos o século 270 a.C. até os dias de hoje. O fascínio que exerce sobre a imaginação humana é único: continua a ser um elo privilegiado entre a razão e o espírito mágico, que não abandona a humanidade. Isso porque o retrato tanto se entrega ao olhar do observador como o observa atentamente, o que pode ser ao mesmo tempo reconfortante e ameaçador.

As culturas ditas primitivas não deixam de ter razão quando instruem seus membros a negarem-se ao olho da câmera: não é só a aparência do fotografado que a máquina captura, mas também seu espírito, sua essência. O retrato é, assim, um constante exercício de psicologia social e individual.

O RETRATO DA POMPA


Os primeiros retratos autônomos (que não mais são parte da arquitetura) surgem no século 13 e ganham impulso com a invenção da portátil tela de pano como suporte (o mais antigo exemplo da pintura sobre tela é uma madona de 1410). Os retratos deste grupo são ditos "de aparato". A imagem construída pelo artista deve ser impressionante, o retratado é mostrado como alguém especial, subtraído quase aos acidentes do efêmero. Daí serem de certo modo atemporais: não fosse pelas roupas (retratos de mulheres despidas sempre foram aceitáveis mas de homens nus, depois dos tempos clássicos, só na arte contemporânea), que ajudam a configurar e situar os que as envergam, os retratados quase estariam fora de um lugar e de uma época determinados.

São exemplares neste sentido os retratos assinados por Goya, Van Dyck ou Hals: os retratados estão sobre fundo neutro e se deixam ver em poses hieráticas, afirmativas, quer apareçam de corpo inteiro ou de meio corpo. São retratos de pessoas e também de alguma coisa, sobretudo do poder.

Os primeiros retratos foram os da realeza, do alto clero e da aristocracia, donde serem naturalmente "de aparato" (no Renascimento surgem os retratos das pessoas mais comuns ou, em todo caso, os burgueses). Como toda pintura de gênero, o que primeiro se retrata aqui é o próprio código a que a obra pertence - no caso, a própria pompa, a ideia da pompa; o retratado é meio para pintar-se a pompa em si mesma. O retratado existe porque a pompa existe.

O RECURSO À CENA

Os retratos deste grupo apresentam seus modelos junto a alguma coisa, fazendo alguma coisa, representando alguma coisa: compõem, com as outras pessoas ou coisas representadas, uma cena que lhes empresta ou sugere uma qualidade própria. De algum modo, todo retrato compõe uma cena, em particular os retratos de aparato; aqui, porém, a cena é mais explícita e ampla e a narrativa que propõe é mais extensa, se não mais complexa. Várias das obras deste grupo relacionam-se àquelas exibidas entre os retratos da pompa, enquanto outras, em número não menor, remetem-se ao grupo dos retratos modernos, de que poderiam fazer parte com igual propriedade.

Típicos do modo deste conjunto são os retratos por Toulouse-Lautrec e Manet.

É de 1310 a recomendação de Pietro d Abano de que o retrato deveria expressar a aparência e a psicologia, ou a alma, do retratado  - algo mais viável nos retratos deste grupo e do próximo, do que naqueles de aparato. Daí não se deve concluir, porém, que a semelhança sempre tenha sido tudo, no retrato: antes da modernidade proposta pelo século 19, conforme o princípio da dissimulação o realismo deveria submeter-se aos interesses contextuais da representação, razão pela qual sobretudo nos retratos de pompa ou aparato os eventuais defeitos físicos dos modelos eram diminuídos ou ocultados. Na contemporaneidade, o corpo humano em seu realismo mais cru, em suas falhas e decadência, será mostrado sem disfarces.

EU MESMO


Atração narcisista pela própria imagem; tentativa de sair de si mesmo para enfim ver-se melhor, ver-se de outro modo; a simples comodidade de ser o modelo mais disponível; no início de sua história, esforço do artista para que o vissem como aqueles que ele próprio retratava, isto é, como um membro das classes altas, das profissões liberais (intelectuais) e não das manuais, que dependiam do esforço físico: tudo isso se encontra na origem e na história do auto-retrato.

Rembrandt, com a retratação insistente de si mesmo, não raro impiedosa, foi um equivalente dos poetas que repetidamente mergulham em si para vislumbrar pelo menos um pouco da natureza humana.

Diálogo no acervo

8.11.2022

Para a edição de novembro, será proposta uma conversa sobre o trabalho de Rembrandt van Rijn, Retrato de jovem com corrente de ouro (Autorretrato com corrente de ouro), c. 1635, com o de Dora Longo Bahia, Campo e contracampo (Presidente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand e 11 de junho de 2013), de 2017.

Ponto de encontro: entrada da mostra Acervo em Transformação, 2º andar, às 16 horas.
Retire seu ingresso no site para garantir a entrada no museu.

Seminarios

MASP Pesquisa [MASP Search]

Este é o primeiro seminário público dedicado ao MASP Pesquisa, programa de fomento à pesquisa em arte, que visa promover a especialização e a capacitação profissional de pesquisadores interessados em estudar as coleções e a história do Museu de Arte de São Paulo.