O MASP Escola oferece cursos livres e abertos a todos os interessados em artes, com ou sem formação na área.
Com professores especializados nos mais diversos campos da arte e da cultura, visita às exposições temporárias e à mostra de longa duração do acervo do museu, realizada nos cavaletes de vidro projetados por Lina Bo Bardi, os cursos apresentam um amplo recorte da coleção do MASP. Contam também com temas transdisciplinares, introduzidos a cada novo ciclo expositivo.
O MASP Escola tem o intuito de aproximar ainda mais os frequentadores do museu e proporcionar uma experiência de aprendizado dinâmica e crítica, em que todos possam constituir seu repertório a partir de um olhar diverso e plural da arte.
Atualmente, são oferecidos quatro módulos de curso: Histórias da arte, Estudos críticos, Cursos presenciais e Cursos de férias, com bolsas para professores da rede pública. Para um contato direto, escreva para escola@masp.org.br
As aulas exploram temas amplos e diversificados da das artes, desde análises detalhadas sobre artistas de destaque do acervo do MASP até discussões de campos culturais diversos.
A noção “reflorestamento do imaginário”, de autoria de Geni Núñez, será apresentada como um meio possível de refletir sobre outras formas de conviver que sejam mais diversas e plurais. Se o corpo e o imaginário também são territórios atingidos pela colonização, faz-se necessário construir e fortalecer modos de reflorestamento que incluam também a dimensão psicossocial. Se para reparar ou reflorestar, é necessário antes que as violências sejam reconhecidas, os encontros buscarão ressaltar a inter-relação entre discussões como emergência climática, combate ao racismo, preservação ambiental e etnogenocídio. Como elaboração, as artes serão o caminho privilegiado para articular o reflorestamento do imaginário.
Este curso oferece uma imersão nas interseções entre arte, performance, gênero e ecologia, com quatro aulas ministradas por artistas, pesquisadores e arte-educadoras. Débora Pazetto inicia o ciclo com uma introdução crítica, enquanto Rafa Bqueer explora sua perspectiva afro-amazônica, conectando mutação, ancestralidade e hibridismo. Efe Godoy faz uma abordagem sobre transformação e aprendizado contínuo, e Uýra reflete sobre a resiliência da vida e a reterritorialização da natureza. Juntas, as aulas convidam a uma reflexão sobre o papel da arte na transformação social e ambiental, com foco em práticas artísticas trans e queer.
O curso discute as transformações nos usos e sentidos dos álbuns de família desde o século 19 até os dias de hoje, em especial, na educação e na arte contemporânea. Como um arquivo que guarda os momentos felizes, o álbum será abordado de maneira transdisciplinar, articulando tanto suas dimensões afetiva e emocional, como também social, histórica, política, racial e econômica.
As condições de existência do álbum, as mudanças na materialidade (analógico/digital), a importância das mulheres na conservação e a presença/ausência de pessoas negras nos álbuns são alguns dos temas discutidos em diálogo com autoras(es) como Armando Silva, bell hooks, Luciara Ribeiro, Rejane Coutinho e Tina Campt.
O ponto de partida é a noção de álbum como “arquivo branco”, ou seja, um arquivo que, no contexto brasileiro, é marcado pelo trauma colonial. Analisando obras de artistas contemporâneas brasileiras, as aulas desconstroem noções romantizadas de memória, família e nação, apresentando estratégias de (re)escrita da história através da arte.
Este curso propõe uma reflexão crítica sobre a presença e o tratamento da arte africana em museus brasileiros. Marcada por singularidades, essa produção ainda é frequentemente interpretada sob modelos eurocêntricos. A partir da análise das coleções africanas do MASP e de outros museus, serão discutidos temas como documentação, pesquisa de proveniência, autoria e formas de classificação. O objetivo é repensar abordagens e propor caminhos que valorizem as especificidades dessa arte no contexto brasileiro, ampliando o olhar sobre seu papel na história da arte.
O curso investiga como a natureza foi concebida e representada na arte entre os séculos 16 e 19, explorando quatro eixos fundamentais: o exotismo colonial, o papel dos animais na cultura visual da primeira modernidade, a paisagem como conceito e gênero artístico, e a visualidade científica da natureza. A partir dessas temáticas, serão discutidas as bases para uma leitura ecocrítica da arte, relacionando práticas históricas às sensibilidades ambientais que se projetam na modernidade e continuam a ressoar nos debates contemporâneos.
A obra de Lina Bo Bardi, em suas múltiplas linguagens, é o contexto deste curso. Ao percorrermos a história de sua trajetória profissional, como arquiteta moderna, ativista da cultura urbana integral e por um habitar sem distinções de classe, gênero ou raça, entramos em contato com sua poética, sua estética, seu design, sua arquitetura, seu desenho. No momento contemporâneo de crise ambiental e urbana, a obra desta arquiteta ítalo-brasileira nos inspira a seguirmos por um caminho democrático, atento, artístico e político.
O curso investiga os entrelaçamentos entre moda, arte e curadoria a partir da presença do vestuário no acervo do MASP, desde o início da década de 1950, até o mais recente projeto de moda realizado pelo museu, em 2024. Em quatro encontros presenciais, propõe-se a observar a moda como linguagem e a explorar os flertes e relações que o MASP historicamente mantém com o campo. Com base em pesquisas realizadas diretamente no acervo e no centro de pesquisa do museu, bem como em estudos acadêmicos de autoras como Maria Claudia Bonadio, Patrícia Sant'Anna e Ana Júlia Melo Almeida, o curso analisa diferentes formas de representação do vestir em obras da coleção. Peças como uma criação de Salvador Dalí e um vestido usado por Hebe Camargo estarão presentes em sala de aula, sendo discutidas em sua potência estética, simbólica e histórica.
As artes plásticas do século 20 associadas a diferentes correntes modernistas foram fortemente marcadas pelos deslocamentos, migrações e trânsitos internacionais. Isso se deve às duas guerras mundiais; as perseguições religiosas, étnicas e políticas; e à internacionalização de sistemas artísticos tidos até então como periféricos. O objetivo deste curso é refletir sobre a circulação artística entre países do continente europeu e americano, enfocando trajetórias de mulheres ligadas a tendências modernistas. Para isso, trata-se da mobilidade das artistas, de suas obras e de exposições. Refletir sobre a circulação das mulheres artistas permite compor novas perspectivas para a história da arte moderna e feminista.
O curso apresenta uma introdução à história do modernismo no Brasil a partir do acervo do MASP, contemplando desde obras de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Candido Portinari a obras de Arthur Timótheo da Costa, Djanira e Rubem Valentim. Os encontros propõem uma reflexão sobre identidades e diferenças no modernismo brasileiro, incluindo uma discussão sobre iniciativas coletivas surgidas no período, como a organização de exposições e publicações independentes, festas, bailes, grupos e espaços autônomos de colaboração e apoio mútuo entre artistas, aspecto pouco lembrado mas fundamental para a compreensão dos diversos ambientes sociais e culturais que deram origem a uma produção artística moderna no país.
O movimento surrealista foi sem dúvida um dos mais complexos e vastos acontecimentos intelectuais do século 20, com longevos impactos na arte e em outros campos da cultura, tendo se disseminar a partir da Europa para os demais continentes. As relações com a psicanálise, as proposições políticas, as insurgências anticoloniais, muitos são os fatores que se somam à conhecida revolução que o surrealismo impulsionou nas artes. O curso apresentará o movimento surrealista de maneira introdutória, procurando dar a ver a sua multiplicidade, nas diferentes artes e para além da arte.
O curso propõe refletir sobre o que caracteriza a arquitetura brasileira contemporânea, explorando seus vínculos e rupturas com a tradição moderna. A partir de casos emblemáticos, como o MuBE e o Pavilhão do Brasil na Expo 92, e da produção mais recente de escritórios como SPBR, MMBB, Metro, entre outros, busca-se compreender como a arquitetura atual lida com heranças formais, políticas e culturais. Mais do que um recorte temporal, o contemporâneo será discutido como um modo de pensar e projetar, situado entre permanências e impasses.
Os cursos de Histórias da Arte são oferecidos semestralmente e organizados em um módulo que reúne quatro cursos independentes, porém complementares. Juntos, eles abrangem um arco histórico que vai do século 14 ao 21.
O diferencial está no enfoque em histórias abertas, plurais e diversas, que exploram múltiplos territórios, períodos, linguagens e discursos. Por isso, o módulo é intitulado “Histórias” e não “História” da Arte.
Cada curso, com cerca de 14 aulas, é conduzido por um professor especializado e conta com a participação de convidados que ministram conferências ao longo do semestre. Esse formato permite um mergulho aprofundado em temas específicos e valoriza a pluralidade de perspectivas.
Assim, os participantes têm acesso a um panorama abrangente de abordagens e métodos de crítica, mediação e interpretação da produção artística, sempre em diálogo com as obras da coleção do MASP.
O módulo trata das exposições brasileiras a partir do pós-guerra, até os dias atuais. A partir de exemplos de narrativas expositivas elaboradas por arquitetos modernos como Lina Bo Bardi no MASP SP e Karl Heinz Bergmiller no MAM RIO, apresenta estudo de casos demonstrando a pluralidade em relação à curadoria e ao desenho expositivo no Brasil, não se limitando ao eixo Rio São Paulo após a década de 1980. Destaca as inovações em abordagens de exposições de arte e temáticas, em museus, em galerias e em espaços híbridos no contexto brasileiro, oferecendo possibilidade de discussão das expografias em relação às propostas e suas variações ao longo do tempo.
Este curso introduz a trajetória do artista Rubem Valentim, com foco em seu projeto para um centro cultural em Brasília e na relevância contemporânea de seu arquivo no MASP. Em duas aulas, dialogaremos com sua obra, sua atuação entre Bahia e Brasília e as ideias culturais que marcaram sua produção. A aula extra, conduzida por equipe do Centro de Pesquisa, exemplifica os procedimentos profissionais de guarda, organização e digitalização de acervos. Público aberto a todos, sem pré-requisitos.
Este curso propõe uma leitura crítica da arte latino-americana a partir de dois eixos históricos: a arte como força revolucionária (1940–1970) e a arte como forma de resistência (1970–1990). A partir da análise de obras, documentos e práticas coletivas, investigaremos como artistas e movimentos criaram linguagens visuais engajadas com a transformação social, articulando desejos artísticos e políticos, disputando narrativas históricas e elaborando estratégias de sobrevivência sob regimes autoritários. A proposta é pensar a arte como espaço de imaginação política, percorrendo os diversos projetos de emancipação que marcaram a produção artística na América Latina ao longo do século 20.
Este curso propõe uma leitura crítica da arte latino-americana a partir de dois eixos históricos: a arte como força revolucionária (1940–1970) e a arte como forma de resistência (1970–1990). A partir da análise de obras, documentos e práticas coletivas, investigaremos como artistas e movimentos criaram linguagens visuais engajadas com a transformação social, articulando desejos artísticos e políticos, disputando narrativas históricas e elaborando estratégias de sobrevivência sob regimes autoritários. A proposta é pensar a arte como espaço de imaginação política, percorrendo os diversos projetos de emancipação que marcaram a produção artística na América Latina ao longo do século 20.
Este curso apresenta um panorama da arte e ecologia no Brasil a partir da década de 1960, examinando seus fundamentos modernos e a forma como a questão se desenvolve no contexto artístico brasileiro. Ao longo dos encontros, serão analisadas obras de expoentes no debate ecológico brasileiro (como Roberto Burle Marx, Roberto Evangelista e Frans Krajcberg) e movimentos de artistas engajados em causas ambientais nas décadas de 1970 e 1980, refletindo sobre a reformulação de práticas artísticas a partir da questão ecológica. Também serão abordadas as novas práticas artísticas que surgiram do diálogo com cosmologias indígenas e a Ecologia Política.
O MASP Escola oferece bolsas de estudo para professores oriundos da rede pública de educação básica. Cada professor pode ser contemplado com uma bolsa por semestre. O curso exige, no mínimo, 80% de presença.
A inscrição demanda uma carta de intenção, que será utilizada como critério para a seleção dos bolsistas. Para concorrer a uma bolsa integral, preencha o cadastro disponível através da opção "Solicitação de bolsas para professores" na página de cada curso.
Todos os inscritos que não forem contemplados com a bolsa integral terão direito a um desconto de 50% no valor do curso escolhido. Os benefícios serão concedidos às pessoas que comprovarem, mediante a apresentação de holerite atualizado, o vínculo docente na rede pública.